Ministério Público deduz acusação contra marroquino suspeito de recrutar terroristas

por Christopher Marques - RTP
O suspeito é alvo de processos judiciais por crimes semelhantes na Alemanha e em França, tendo mesmo sido emitido um mandado de detenção europeu pelas autoridades francesas Reuters

O Ministério Público deduziu acusação contra um cidadão marroquino suspeito de recrutar terroristas para o autoproclamado Estado Islâmico. O homem encontra-se detido em Monsanto e é suspeito de tentar radicalizar jovens junto do Centro Português de Refugiados. Um dos homens que recrutou acabou por ser detido em França por tentativa de realização de ataque terrorista.

Em comunicação enviado às redações, o Ministério Público explica que o cidadão em causa irá responder em tribunal pela prática de oito crimes: adesão a organização terrorista internacional, falsificação com vista ao terrorismo, recrutamento para terrorismo, financiamento do terrorismo e quatro crimes de uso de documento falso com vista ao financiamento do terrorismo.

Segundo a acusação, o suspeito aderiu à “organização terrorista internacional DAESH”, acrónimo árabe para Estado Islâmico. Procedeu depois “em Portugal, preferencialmente junto do Centro Português de Refugiados, à radicalização jihadista e ao recrutamento de jovens marroquinos para integrarem essa organização terrorista”.

Um dos jovens que terá recrutado viria a ser detido em França por tentativa de realização de ataque terrorista em território francês. “O arguido terá, ainda, através da utilização de cartões de crédito falsos, obtido fundos com o objetivo de financiar atividades relacionadas com o terrorismo e que seriam levadas a cabo por jovens por si radicalizados”, lê-se no comunicado do Ministério Público.
Rede de Aveiro
O suspeito é alvo de processos judiciais por crimes semelhantes na Alemanha e em França, tendo mesmo sido emitido um mandado de detenção europeu pelas autoridades francesas.

O cidadão marroquino em causa é Abdessalam Tazi, homem que se encontra desde março em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Monsanto. Foi entregue às autoridades portuguesas pela Alemanha na sequência de um mandado de captura europeu emitido por Lisboa. A justiça portuguesa acredita que este homem liderava uma rede terrorista que agia a partir de Aveiro.

A rede era ainda constituída por Hicham el Hanafi, cidadão marroquino que foi detido em Marselha em novembro do ano passado, sob a suspeita de estar a preparar um atentado.
Tópicos
pub