Os motoristas de matérias perigosas entram esta quinta-feira no 4.º dia de greve num aparente impasse.
À margem destes profissionais a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) e a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), afeta à CGTP, assinaram na última noite um acordo relativo ao contrato coletivo de trabalho numa reunião no Ministério das Infraestruturas e da Habitação, em Lisboa.
Neste entendimento ficou já garantido pelo sindicato um aumento de 120 euros por mês a entrar em vigor já em janeiro de 2021.
Uma das várias medidas explicadas no final pelo dirigente da FECTRANS, José Manuel Oliveira, que prometeu nova reunião já em setembro.
No final deste encontro que decorreu no ministério das infraestruturas, o ministro Pedro Nuno Santos diz que depois do acordo anunciado entre ANTRAM e FECTRANS o tempo da greve chegou ao fim e já não há razões para seguir com a paralisação.
Com bons olhos viu o primeiro-ministro, António Costa, este acotrdo e usou a rede social Twitter onde escrever que imperou o bom senso e o diálogo. Refere que se conciliou o respeito pelos direitos dos trabalhadores e os interesses das empresas e deseja que este seja um exemplo seguido por outros.
Saúdo vivamente o acordo alcançado entre a @fectrans e a ANTRAM. Neste caso imperou o bom senso e o diálogo. Conciliou-se o respeito pelos direitos dos trabalhadores e os interesses das empresas, possibilitando negociar sem confrontação. Que seja um exemplo seguido por outros.
— António Costa (@antoniocostapm) 14 de agosto de 2019
Depois de ter visto ANTRAM e FECTRANS terem chegado a acordo em algumas matérias como aumentos salariais no próximo ano, o porta-voz do Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Pedro Pardal Henriques, afirmava que o que foi acordado não retirava vontade aos motoristas em continuar em greve e mantinha a ideia de reunir esta quinta-feira com a ANTRAM mesmo após a nega da associação patronal.
Do lado dos patrões Pedro Polónio, um dos vice-presidentes, dizia: "Não podemos, infelizmente, reunir com a espada na cabeça, não podemos negociar dessa forma (...), negociamos de uma forma franca e presencial (...), mas não sob ameaça de greve".
Em entrevista à RTP 2 disse que se não fossem os serviços mínimos decretados pelo Governo, aeroportos e hospitais deixavam de funcionar.
Aquele membro do Governo disse ainda que só depende do SNMMP o regresso às negociações.
Ao longo do dia de quarta-feira a Antena 1 esteve junto dos principais pontos de partida dos camiões com combustíveis, nomeadamente em Aveiras de Cima, Leça da Palmeira e Loulé, no Algarve.
Neste último local o jornalista Nuno Perlouro descobriu Lisete, uma motorista em greve que revelou as suas razões para estar ao ladod este protesto.
Enquanto durar a greve, os veículos ligeiros só podem abastecer no máximo 25 litros de combustível em postos que não pertencem à REPA, e 15 litros nos postos da rede de emergência que não sejam exclusivos a transporte prioritário.
A greve foi convocada para reivindicar junto da ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.