Número de veículos altamente poluentes continua a aumentar

por RTP
Reuters

Desde o início de 2018 até ao momento, o número de veículos altamente poluentes a gasóleo a circular na Europa aumentou de 43 milhões para 55 milhões, revela um estudo da Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E). Em Portugal, passaram de 713 mil para 846 mil.

De 2018 para cá, só em Portugal, o número de veículos poluentes a gasóleo a circular passou de 713 mil para 846 mil. Na Europa, de acordo com a Federação Europeia de Transportes e Ambiente (T&E), o número aumentou de 43 milhões para 55 milhões.

Estes números correspondem aos veículos a gasóleo que são considerados altamente poluentes por não respeitarem a norma Euro 5, imposta pela União Europeia, para a redução das emissões de gases poluentes.

Os valores apurados pertencem ao novo estudo da T&E, para assinalar os quatro anos que passaram deste o escândalo do Grupo Volkswagen: Dieselgate.

De acordo com a investigação, mesmo que todos os automóveis afetados pelo processo fraudulento fossem corrigidos, o número de veículos europeus altamente poluentes diminuiria apenas 16%.

Atualmente, a marca alemã é responsável por mais de um quinto de todos os veículos mais poluentes na União Europeia  - 11,6 milhões.

Assim, apesar de desde 2016 ter havido um aumento de 74% das correções efetuadas aos veículos afetados, nos últimos 12 meses verificou-se que as emissões de gases poluentes aumentaram cerca de 18%, em condições reais de condução.

“Este aumento deve-se, em parte, às novas vendas no ano passado e, em parte, a novas evidências sobre as emissões reais dos novos modelos a gasóleo”, refere um comunicado da associação ambientalista ZERO, que é membro da T&E.

Segundo a Federação, organização ambientalista não-governamental, os Estados-Membros da União Europeia onde circula o maior número de veículos poluentes são a Alemanha (9,9 milhões), seguida por França (9,8 milhões) e o Reino Unido (8,5 milhões). Nesta lista, Portugal encontra-se na 10ª posição.

Segundo dados do Instituto de Mobilidade e de Transporte (IMT), desde fevereiro de 2016 até ao último trimestre de 2018, só em Portugal foram corrigidos 125 mil veículos da marca Volkswagen. Porém, atualmente, ainda há 17 mil automóveis por retificar.

Assim, pode concluir-se que “o escândalo Dieselgate está longe de chegar a um fim, já que não apenas o legado permanece em grande parte por desvendar, mas também porque mais veículos poluentes continuam a ser vendidos pela indústria e homologados pelos reguladores nacionais”, salienta a organização ambientalista portuguesa no comunicado.

Para a associação ZERO é inadmissível que, quatro anos após o escândalo, a EU ainda não tenha adotado as medidas necessárias para tornar mais eficientes os milhões de veículos poluentes que continuam a circular pela Europa.

Em defesa dos consumidores, a Deco exige indeminizações para todos os lesados portugueses que tenham sido envolvidos involuntariamente no Dieselgate. Assim, e similarmente às congéneres de Espanha, Itália e Bélgica, a Deco exige que a nova presidente da Comissão Europeia tome medidas para que haja uma compensação pela marca alemã, tal como aconteceu nos Estados Unidos.
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