Após a entrega e a apresentação da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2022, Pedro Siza Vieira, ministro de Estado e da Economia, foi o convidado da "Grande Entrevista", na RTP3. O documento foi, aliás, um dos principais temas em cima da mesa.
"Ao longo destes tempos, fomos capazes de construir soluções que respondem às necessidades do país e aos interesses de cada um dos segmentos do eleitorado que têm apoiado esta solução governativa. Eu tenho a absoluta convicção que os eleitores destes três partidos (PS, PCP e BE) não perceberiam se, depois de termos ultrapassado uma crise tão importante e tão dramática, (...) estes partidos não fossem capazes de viabilizar uma proposta de Orçamento".
De recordar que Marcelo Rebelo de Sousa, teve, na quarta-feira, a sua primeira reação após a entrega e apresentação da proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2022 pelo Executivo. "É, para mim, natural que o Orçamento passe na Assembleia. Se ele fosse chumbado, dificilmente o Governo poderia continuar a governar com o Orçamento este ano dividido por 12, sem fundos europeus", apontou, sendo que, neste quadro, "muito provavelmente, haveria eleições".
Governo atento aos sinais
"Sabíamos quais eram os pontos que eles nos sinalizavam, sabíamos que alguns deles vinham dos próprios programas eleitorais dos partidos", frisou Siza Vieira, acrescentando que o Governo sabia também "que havia uma preocupação muito grande dos dois partidos (PCP e BE) relativamente ao reforço dos serviços públicos". Portanto, "fomos incluindo na proposta do OE algumas matérias que correspondiam às preocupações desses partidos".
O ministro fez questão de salientar que não desvaloriza "aquilo que os partidos dizem e o que nos sinalizam. O Governo leva a sério este processo negocial, como levou em anos anteriores, e mantém toda a disponibilidade para escutar e acertar aquilo que são as condições para os diversos partidos votarem a proposta do OE ou pelo menos viabilizarem a sua aprovação. Leva a sério e mantém a sua disponibilidade", reiterou.
"Não me parece que isto se trate de um ritual com um desfecho certo. É um exercício sério, em que todos os partidos estão empenhados", asseverou. E com uma certeza: "O Governo está convencido que esta é uma boa proposta de lei de Orçamento do Estado. Uma proposta que está adequada ao momento que se vive na nossa economia".
Em síntese Siza Vieira quis ressalvar que o Executivo vai "para esta discussão com espírito aberto, mas com a convicção que temos um bom Orçamento para o país, para as empresas e para as famílias".
Os "eleitores não perceberiam se os partidos (PCP e BE) não fossem capazes de viabilizar o OE", frisou.