Ordem dos Médicos reitera necessidade de alargar vacinação e reformular linhas vermelhas de internamentos

por RTP
Lusa

O bastonário e o Gabinete de Crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos consideram que há um agravamento da situação epidemiológica nacional e alertam por isso para a necessidade de alargar a vacinação a toda a população adulta em regime de autoagendamento e de serem disponibilizados dados que permitam atualizar a matriz em vigor. Consideram que deve ser realizada uma reformulação das linhas amarelas e vermelhas para os internamentos em cuidados intensivos e defendem rastreios alargados. Alertam ainda para a falta de critérios claros, coerentes e uniformes no controlo de fronteiras.

De acordo com um comunicado emitido esta quarta-feira, a Ordem dos Médicos considera haver a necessidade de “reformular as linhas amarelas e vermelhas a nível regional e nacional (por exemplo, de 7,5% e 15% da lotação atual de camas em UCI) e ativar a coordenação regional e nacional de camas de internamento em enfermaria e UCI e a respetiva rede de transferência a partir do limite amarelo para evitar que a atividade não COVID seja de novo muito prejudicada”.

A Ordem dos Médicos defende que a matriz de risco “combine, entre outros, critérios de incidência, transmissibilidade e gravidade. Só com estes dados será possível definir novas zonas de risco e fundamentar medidas de intervenção, tais como, quando e onde utilizar o CDC”, o certificado digital covid.

Querem que sejam cumpridos os requisitos do centro europeu de controlo de doenças para a sequenciação genómica, “identificação atempada de novas variantes e prevalência na população”.

A Ordem diz ainda estar preocupada com a não implementação de critérios claros, coerentes e uniformes no controlo de fronteiras (e.g., nos aeroportos) e, em particular, nos passageiros provenientes de zonas de risco.

No esforço para dominar a pandemia, a Ordem defende a realização de testes a “todos os indivíduos sintomáticos, incluindo vacinados, jovens e crianças, bem como de rastreios alargados e facilmente acessíveis com o resultado transferido para o Certificado Digital COVID (CDC)”.

Consideram que se deve abir “centros de vacinação nos hospitais, aos fins de semana, de modo a permitir igualmente a vacinação mais segura de pessoas com risco acrescido de reações adversas”.

De igual forma, defendem um reforço de meios também na saúde pública para evitar atrasos superiores a 24 horas na realização de inquéritos epidemiológicos e identificação de contactos de alto risco.

Lembram a “conveniência” de ser criado um enquadramento jurídico de emergência sanitária que contextualize e salvaguarde as intervenções de saúde pública e pugnam pelo cumprimento das medidas de prevenção e controlo da pandemia, nomeadamente o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social.
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