PAN quer saber se Porto vai exigir colaboração do Exército no apoio a sem-abrigo

por Lusa

O PAN questionou hoje a Câmara do Porto sobre se vai exigir ao Governo a colaboração das Forças Armadas na distribuição de alimentos às pessoas em situação sem-abrigo, tal como foi assegurado em Lisboa.

"Apesar de ter havido um reforço das medidas para as pessoas em situação de sem-abrigo implementadas pelo município, estas são `uma gota de água` para o que falta fazer. As respostas existentes parecem necessitar de uma maior integração e concertação entre as várias entidades envolvidas", afirmou Bebiana Cunha, deputada municipal do Porto e deputada à Assembleia da República, citada num comunicado.

Para a deputada, "este surto pode espoletar um verdadeiro desastre humanitário, se não houver um plano de contingência específico", pelo que importa saber se a Câmara do Porto "vai exigir as mesmas respostas que estão a ser implementadas em Lisboa", nomeadamente no que diz respeito à alimentação.

"Tal como está a acontecer em Lisboa, vai a Câmara Municipal reivindicar ao Ministério da Administração Interna a colaboração das Forças Armadas na distribuição de alimentos às pessoas em situação de sem-abrigo?", questiona o PAN.

No que diz respeito ao alojamento, o partido pretende saber de que forma está a autarquia a garantir respostas, às pessoas a viver nas ruas do Porto e a quem não foi ainda garantido alojamento e se está em condições de garantir os equipamentos de proteção individual e desinfetantes às equipas de rua que acompanham as pessoas em situação de sem-abrigo.

O PAN recorda que no Porto, e segundo o "Relatório de Análise de Dados - Inquérito de Caracterização das Pessoas em Situação de Sem-abrigo do Município do Porto" de 2019, que faz a distinção de pessoas em situação de "sem teto" (140) e "sem-casa" (420), totalizam-se 560 pessoas em situação de sem-abrigo.

No âmbito do apoio a esta população, a Santa Casa da Misericórdia disponibilizou dez camas no Centro Hospitalar do Conde Ferreira para as pessoas em situação de sem-abrigo que possam vir a ficar infetadas.

Começou, ainda, a funcionar o Centro de Acolhimento de Emergência Covid-19 no antigo Hospital Joaquim Urbano, com capacidade para 40 pessoas, onde passaram a estar também os restaurantes solidários, em modelo "take-away", que apoiam neste momento 280 pessoas.

Respostas que o PAN consideram insuficientes.

A nível nacional, aquela força política recomendou ao Governo a criação urgente de um plano nacional de contingência para alojamento para as cerca de 1500 pessoas sem teto no país, como forma de resposta ao combate contra a propagação da pandemia, garantindo que também estas podem fazer o isolamento social que é exigido à restante população.

Nesta proposta, o PAN propôs que o Governo pudesse requisitar equipamentos como parques de campismo ou unidades hoteleiras para dar resposta a estas necessidades.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 866 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 43 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes, mais 27 do que na véspera (+16,9%), e 8.251 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 808 em relação a terça-feira (+10,9%).

Dos infetados, 726 estão internados, 230 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.

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