Passos Coelho deixou propostas sobre a reestruturação da Proteção Civil

por RTP

São duas as propostas de base apontadas esta tarde pelo presidente do PSD à entrada de uma reunião na Câmara Municipal de Tondela, com autarcas da região afetada pelos incêndios.

Primeiro, que, de futuro, a escolha dos comandantes da protecção Civil, a nível distrital e nacional, seja feita através de concurso "transparente, público e nacional", de forma a evitar a sua constante substituição à medida que mudam os Governos.

Depois, a concertação da resposta militar e da resposta civil a emergências, admitindo que "o Ministério da Defesa pudesse fazer a coordenação destas duas áreas".

Passos Coelho vê igualmente vantagens na criação de "uma unidade militar de resposta a emergências e, nomeadamente, a este tipo de emergências", a exemplo da força espanhola enviada durante o verão para ajudar no combate aos fogos em Portugal.

O líder do PSD sublinhou igualmente a urgência da resposta pública que "tem de garantir primeiro a ajuda humanitária e social" mas também "os aspectos de natureza económica" referindo que os incêndios particularmente no último fim de semana, causaram "uma destruição económica muito acentuada".

"Famílias e empresas que ficaram simplesmente sem o seu modo de vida já que dependiam da agricultura e da floresta", referiu.

"Dada a extensão da destruição a que assistimos, nós teremos muito tempo até que as pessoas possam desenvolver uma atividade sustentada", o "principal problema" para além da ajuda imediata, "é o das enormes dificuldades que se vão sentir nos próximos anos", sustentou.

Para o enfrentar será necessário estudar respostas ao nível do sistema fiscal e de incentivos, recomendou, na véspera de um Conselho de ministros extraordinário para estudar medidas de auxílio às vítimas dos fogos e à reconstrução do que foi destruído.

Pedro Passos Coelho recomendou ainda ao Governo que tome medidas imediatas para evitar a queda do valor da madeira de pinheiro queimada nos incêndios. Advoga que esta seja recolhida e armazenada evitando a sua desvalorização abrupta.

O presidente do PSD deixou um recado ao Governo, que nada faça à revelia das autarquias.

Esta "intervenção urgente não pode ser feita de qualquer maneira e tem de ser feita com os autarcas".

"Fui muito claro quando disse que io Governo já desperdiçou oportunidades a mais para inspirar confiança, mas é evidente que o primeiro-ministro tem de cumprior com as suas obrigações", referiu ainda, em resposta à pergunta se a recente mini-remodelação governamental alterava o seu pedido de demissão de António Costa.

Pedro Passos Coelho considerou esta semana que tinha "vergonha" do que se tinha passadio no país e que considerava que o primeiro ministro devia demitir-se.
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