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Pelo menos dois sindicatos entregaram pré-aviso de greve para dia 27

por Lusa

Pelo menos dois sindicatos portugueses entregaram pré-avisos de greve para 27 de setembro, em adesão à iniciativa desencadeada pelo movimento em defesa do planeta liderado pela ativista sueca Greta Thunberg, desta vez com iniciativas ao longo da semana antecedente.

O programa de ação, entre vigílias, concentrações, manifestações, tribunas públicas, cinema e yoga, culmina no dia 27 com uma greve geral com a qual os promotores, maioritariamente jovens, pretendem "parar a sociedade", numa chamada de atenção para a necessidade de medidas de preservação do planeta, face às alterações climáticas.

Em declarações à agência Lusa, André Pestana, dirigente do STOP -- Sindicato de Todos os Professores, confirmou que a estrutura entregou um pré-aviso de pré-aviso de greve para o dia 27, no âmbito da "Greve Climática Global".

Também o Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Solidariedade e Segurança Social (CGTP), com sede no Porto, confirmou à Lusa ter aderido a esta greve.

Fonte da organização da iniciativa liderada pelos jovens disse à agência Lusa que o Sindicato dos Trabalhadores de Call-Center adere igualmente à iniciativa. No entanto, contactado pela Lusa o dirigente daquela estrutura Manuel Afonso precisou que o sindicato apoia a iniciativa e estará presente na manifestação, mas não entregou pré-aviso de greve.

"Temos cerca de 50 organizações que apoiam ou subscrevem o nosso manifesto", revelou à Lusa Alice Gato, uma das jovens envolvidas na organização da iniciativa, planeada para que se cumpra uma greve às aulas e ao trabalho, mas também ao consumo.

A greve, justificou, "é para pararmos a sociedade para lutarmos por aquilo em que acreditamos e para que todos o possam fazer".

Já esta sexta-feira, os ativistas convidam a população a juntar-se no jardim do Príncipe Real, em Lisboa, para uma marcha noturna até São Bento, onde decorrerá uma vigília junto à Assembleia da República.

No Porto, realiza-se igualmente uma vigília pelo clima no mesmo dia, na Avenida dos Aliados -- Câmara Municipal.

Dezenas de eventos estão marcados para vários pontos do país através das redes sociais, entre os quais um ciclo de cinema dedicado às alterações climáticas, com quase 50 sessões programadas, de entrada livre, seguidas de debate com a plateia. Começa em Lisboa, no Cinema São Jorge, e prolonga-se até 27 de setembro em mais 10 cidades.

Entre 25 a 30 cidades têm iniciativas programadas para dia 27 no âmbito da mobilização global pelo clima, entre as quais se contam Viana do Castelo, Aveiro, Braga, Castro Verde, Chaves, Coimbra, Évora, Faro, Guarda, Guimarães, Lagos, Leiria e Ponta Delgada.

As ações continuam a ser promovidas nas redes sociais. Numa das mais recentes publicações no Facebook, Greta Thunberg dá conta de 5.225 eventos em 156 países, relacionados com a semana da "Global Climate Strike", de 20 a 27 de setembro, em todos os continentes, incluindo a Antártida.

Enquanto o mundo se manifesta, os líderes da Organização das Nações Unidas (ONU) reúnem-se em Nova Iorque para uma cimeira, antecedida por uma assembleia conduzida por jovens ativistas como Greta Thunberg.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, avançou que a Cimeira de Ação Climática, na próxima semana, será palco para anunciar soluções baseadas no potencial da natureza e o reforço das oportunidades de emprego digno.

Os jovens, a que se associaram diversos coletivos, exigem ações urgentes em defesa dos recursos do planeta, nomeadamente o cancelamento de novos projetos que aumentem as emissões poluentes e a garantia de neutralidade de carbono até 2030.

"Desta vez, a greve não será apenas estudantil, mas de todos", escrevem os jovens nas mensagens publicadas com os anúncios dos eventos nas redes sociais.

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