PJ efetua buscas em instituições bancárias, associação, domicílios e sedes de empresas

por RTP

A Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção investiga, além de outros, factos suscetíveis de enquadrar a prática de crimes de burla qualificada, branqueamento e fraude fiscal qualificada. As diligências visam "um conjunto de clientes de instituições financeiras e entidades suas detentoras".

As diligências visam cumprir 15 mandados de busca e apreensão.

“As diligências incidem sobre um conjunto de clientes de instituições financeiras e de entidades suas detentoras, com o propósito de recolha de prova relativamente a operações bancárias realizadas por clientes entre 2011 e 2014, bem como documentação relacionada com estas operações”, revela uma nota da Procuradoria-Geral da República.

As buscas da Polícia Judiciária visaram as instalações da associação mutualistas Montepio e do próprio banco Montepio. Foram ainda realizadas oito buscas domiciliárias, entre elas na casa de Tomás Correia, antigo presidente da mutualista.

Houve ainda cinco buscas em outras instituições bancárias, incluindo o Banco de Negócios Internacional, devido a suspeitas relacionadas com a compra de participações.

Segundo apurou a RTP, em causa estão operações financeiras suspeitas relacionadas com um construtor, José Guilherme, ao longo de vários anos, num total de 28 milhões de euros. Também está a ser investigada a entrada de três acionistas para o Montepio.

As diligências estão a ser presididas por quatro juízes do TIC de Lisboa e Amadora, acompanhadas por quatro Procuradores da República do DIAP de Lisboa, 90 elementos da Polícia Judiciária, quatro elementos da Autoridade Tributária e seis elementos do Banco de Portugal.

O Ministério Público é coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária e por peritos e consultores da Administração Tributária e do Banco de Portugal.

O inquérito encontra-se em segredo de justiça, refere a PGR.Montepio e BNI Europa confirmam buscas
Em comunicado, o Banco Montepio veio confirmar terem sido realizadas buscas nas suas instalações.

O banco diz que “se trata de diligências a propósito de operações de clientes, que reportam a factos ocorridos entre os anos 2011 e 2014”, conforme referiu a PGR em comunicado.

“A instituição cumpre escrupulosamente os seus deveres de colaboração com as autoridades”, acrescenta o Montepio.

Também o Banco BNI Europa confirmou buscas nas suas instalações e disse que não é visado no processo que levou elementos do Ministério Público e da Polícia Judiciária à sua sede, em Lisboa.

"O Banco BNI vem por este meio confirmar a presença hoje, quinta-feira, 16 de janeiro de 2020, de elementos do Ministério Público (DIAP Regional de Lisboa), Polícia Judiciária, Administração Tributária e do Banco de Portugal na nossa sede em Lisboa", lê-se no comunicado hoje divulgado.

O banco detido pelo Banco BNI Angola disse ainda que "não é visado no processo em causa" e "está a colaborar, como é seu dever, com as autoridades".

O BNI Europa tem Pedro Pinto Coelho como presidente executivo e é detido pelo Banco de Negócios Internacional (BNI Angola). O BNI Angola é liderado por Mário Palhares, antigo vice-governador do Banco Nacional de Angola.

c/ Lusa
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