A Polícia Judiciária está a fazer buscas na Inspeção-Geral das Finanças (IGF), Ministério da Defesa e Cruz Vermelha Portuguesa. Também estão em curso várias buscas domiciliárias. As autoridades suspeitam que alguns inspetores das Finanças vendam informações confidenciais para o exterior.
A RTP apurou que estão em causa os crimes de corrupção passiva, peculato e abuso de poder imputáveis a altos responsáveis de serviços centrais da administração pública.
Em concreto pode estar a prática de atos ilícitos no âmbito de concursos e em ações de fiscalização que lesaram gravemente o Estado nos seus interesses financeiros, obtendo os visados benefícios individuais.
Na IGF as autoridades suspeitam de irregularidades na contratação de equipas e meios.
Fazem parte da equipa de buscas 50 inspetores da Polícia Judiciária, peritos informáticos e financeiros, seis magistrados do Ministério Público, bem como auditores.
A notícia foi avançada pelo Correio da Manhã que refere que um dos suspeitos de venda de informações confidenciais é o inspetor-geral Vítor Braz.
O Correio da Manhã escreve que existem suspeitas da existência de “toupeiras” na IGF que aceitaram subornos de interesses privados.
As buscas também visam apurar o eventual conflito de interesses de vários inspetores da IGF, que alegadamente acumulam funções remuneradas em empresas públicas, que têm como dever fiscalizar.
O jornal refere que vários diretores da IGF acumulam cargos em hospitais e noutras instituições. O próprio inspetor-geral, Vítor Braz, é simultaneamente presidente do conselho de auditoria da Santa Casa da Misericórdia.
As autoridades tentam apurar ainda se a IGF cumpre com rigor a missão de fiscalização do financiamento de largos milhões de euros do Estado, através do Ministério da Defesa, à Cruz Vermelha Portuguesa.
Também instada pela Lusa, fonte oficial do Ministério das Finanças recusou-se a comentar, dizendo que não comentava "processos judiciais em curso".