Preços turísticos têm que aumentar, defende presidente executivo do Grupo Pestana

por Antena 1

Foto; Antena 1

Em entrevista à Antena 1 e Jornal de Negócios, José Theotónio afirma que os preços turísticos têm que aumentar em Portugal. O presidente executivo do Grupo Pestana diz que existe uma diferença de preços muito significativa em relação a mercados concorrentes.

José Theotónio, presidente executivo Grupo Pestana, considera que é positiva a oferta diversificada de alojamento que existe neste momento em Portugal.

Alojamento Local, Airbnb e os hotéis, todos são bem-vindos. “São formas concorrenciais mas necessárias para construir um destino cosmopolita e sustentável", argumenta.

O presidente executivo do Grupo Pestana considera que seria importante que não houvesse uma discrepância tão grande ao nível do que é exigido às diferentes formas de alojamento. Até porque acredita que há uma vontade grande desta secretária de Estado em desburocratizar. "Para abrir um hotel são precisas 23 autorizações e o alojamento local inscreve-se na Câmara”, sustenta.



Na visão de José Theotónio, o ano de 2016 foi “claramente o melhor ano para o Grupo Pestana”. Este ano, até agora, o Grupo já está a crescer mais 10 por cento em termos homólogos, mas “o mês de agosto é sempre decisivo”.

A tendência de subida de preços no setor, essa, terá que continuar, porque ainda temos uma diferença de preços muito significativa em relação a mercados concorrentes, refere o responsável.

Esta subida de preços vai acompanhar o crescimento da procura, um risco que José Theotónio considera que é preciso correr.

“São relações de força do mercado”, nada nos garante que mesmo que os preços se mantivessem baixos, isso segurasse em Portugal os operadores turísticos.
Importância das lowcost
Até ao momento, 2009 foi o pior ano com o Grupo Pestana a registar uma quebra de 40%, com os turistas a trocarem o Algarve e a Madeira pelo Médio Oriente.

Neste momentom inverteram-se os papéis. Madeira e Algarve beneficiam dos conflitos no Médio Oriente, com os operadores turísticos a regressarem a Portugal, Espanha e Grécia.

Fatores que não são determinantes no caso de Lisboa e Porto que estão muito mais dependentes das ligações aéreas existentes. E aqui, José Theotónio sublinha a importância das companhias lowcost: “se não fosse a Rayner ainda hoje o Porto não existia enquanto destino turístico”, sublinha. Na Madeira, faz falta mais uma lowcost.

No setor do turismo o Estado tem duas grandes missões: no campo da promoção, “que está agora um pouco parada”, e na promoção da formação. Neste campo, José Theotónio, reafirma que há escassez de recursos qualificados.
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