Presidente do Conselho de Reitores elogia distribuição de vagas

por RTP
A Universidade de Lisboa é a que sente a maior perda, tendo ficado com menos 383 vagas Rafael Marchante - Reuters

Em entrevista à RTP3, o presidente do Conselho de Reitores afirmou esta quarta-feira que a nova distribuição de vagas no ensino superior é "um primeiro passo e um sinal claro do Governo para tentar ultrapassar uma situação que tem vindo a agravar-se nos últimos tempos". O objetivo é corrigir "desequilíbrios territoriais".

Lisboa e Porto sofreram este ano um corte no número de vagas no ensino superior, enquanto que o resto do país viu um aumento. A Universidade de Lisboa é a que sente a maior perda, tendo ficado com menos 383 vagas. Já no Porto, a redução foi de 135 lugares.

Évora, Braga, Castelo Branco e Coimbra foram as cidades que mais beneficiaram com a medida.

Segundo António Fontainhas Fernandes, reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, "desde 2001 que as áreas do Porto e de Lisboa aumentaram cerca de 31 por cento da capacidade instalada em termos de vagas, enquanto o resto do país diminuiu nove por cento".

Agora que foi dado o primeiro passo para a resolução deste problema, é de esperar que daqui em diante a medida seja pensada "de forma plurianual" e que os resultados sejam monitorizados, permitindo verificar de que outros modos podem ser corrigidos os desequilíbrios entre as grandes áreas metropolitanas e o restante país.

Para Fontainhas Fernandes, a tendência de aumentar vagas em Lisboa e no Porto leva ao aumento de assimetrias e pode levantar problemas de “excesso de população”.

De acordo com o presidente do Conselho de Reitores, para além de ser preciso continuar a aumentar as vagas nas instituições do interior, é necessária "uma forte aposta na ação social", criando "mecanismos para apoiar os estudantes".
Estudar no interior "é mais barato"

Enumerando as vantagens inerentes à nova medida, Fontainhas Fernandes destaca a proximidade entre alunos e docentes que existe no interior e que leva a um maior sucesso escolar.

Outra das vantagens é o facto de ser mais barato estudar no interior do que no litoral, uma vez que os custos de alojamento e de transportes são menores. "Se adicionarmos a isto um forte apoio social", nomeadamente a atribuição de bolsas de estudo adicionais para os alunos que optam pelo interior, torna-se possível "uma melhor formação" dos estudantes.

Este ano estão disponíveis 50.852 vagas no ensino superior, mais 14 do que no ano passado. A oferta baixou dez lugares por curso nas universidades e institutos politécnicos de Lisboa e do Porto.

O concurso nacional de acesso arrancou esta quarta-feira. A primeira fase termina a 7 de agosto e os resultados são divulgados a 10 de setembro.
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