Proteção Civil dá o fogo na serra de Sintra como dominado

por RTP
Rodrigo Antunes - Lusa

O incêndio que deflagrou durante a noite de sábado na serra de Sintra está dominado, confirmou a Proteção Civil. Vinte e uma pessoas registaram ferimentos ligeiros. Quase 350 pessoas retiradas pelas autoridades, na maioria de um parque de campismo, começam agora a regressar. O Presidente da República elogiou o desempenho no combate às chamas tendo em conta as condições desfavoráveis.

O fogo foi dado como dominado cerca de 12 horas depois de ter deflagrado na zona da Peninha, em Sintra. Depois, alatrou ao concelho de Cascais, onde parou nas dunas. O combate às chamas foi muito dificultado pelos ventos, que chegaram a ter rajadas de 100 quilómetros por hora.

Ao início da tarde, a jornalista da Antena 1 Teresa Correia dava conta da situação na Malveira da Serra e na aldeia da Charneca.

Pelo meio-dia, altura em que o incêndio foi dado como dominado, 692 operacionais, apoiados por 207 meios terrestres e cinco meios aéreos continuavam a combater o incêndio.

Ao início da tarde, o comandante distrital de Lisboa da Autoridade Nacional de Proteção Civil garantia que os meios iam continuar no terreno.

"Vamos iniciar uma fase complicada, porque é necessário manter os níveis de operacionalidade que tivemos até agora. Não podemos baixar a guarda", salientou André Fernandes, afirmando que "os meios vão continuar no terreno numa operação de vigilância", com meios aéreos disponíveis até ao pôr do sol e posteriormente com "um dispositivo terrestre reforçado".Retiradas 350 pessoas
O incêndio obrigou à retirada de 300 pessoas do Parque de Campismo de Cascais e de 47 de várias localidades em toda a área do incêndio, como Biscaia, Figueira do Guincho, Almoínhas.

"Foi dada indicação para os campistas poderem regressar ao parque de campismo ordeiramente e com calma, sob orientação das autoridades que estão no terreno, e também está a ser dada a indicação para as pessoas poderem voltar às suas habitações", declarava ao início da tarde André Fernandes.

A jornalista da RTP Isabel Marques da Costa testemunhou o regresso das pessoas às habitações, bem como os trabalhos dos bombeiros.


Vinte e um feridos ligeiros
Vinte e uma pessoas, duas dezenas de operacionais e um civil, ficaram feridas durante o combate às chamas, conformou a Proteção Civil.

De acordo com o comandante distrital de Lisboa da Autoridade Nacional de Proteção Civil, entre as vítimas estão "10 operacionais e um civil" que foram levados a um hospital. "Tudo com ferimentos ligeiros relacionados com traumas oculares e traumas também nos membros inferiores, entorses e algumas luxações", disse André Fernandes.

O ferido civil teve "queimaduras de primeiro e segundo grau, em menos de 10 por cento do corpo", mas "já teve alta e já está no seu domicílio", acrescentou.

Outros "10 bombeiros (foram) assistidos no teatro de operações, não tiveram de ser deslocados e voltaram ao combate", detalhou André Fernandes, em conferência de imprensa nos Paços do Concelho de Cascais.

Entre os danos materiais está a destruição de um carro, bem como de alguns anexos de madeira em quintais.

O incêndio deflagrou sábado, pelas 22:50, na Peninha, na serra de Sintra, e alastrou depois ao concelho de Cascais. Foi dominado pelas 10:45 de domingo.
Presidente da República salientou o  desempenho no terreno
O Presidente da República deslocou-se durante a madrugada aos concelhos de Sintra e Cascais, afetados pelas chamas, mas salientou que não esteve em contacto com os operacionais para não prejudicar o combate ao incêndio.

Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a resposta ao incêndio que afetou Sintra e Cascais, considerando "tranquilizador" que, mesmo com as condições desfavoráveis, o combate tenha superado todas as expectativas.

"É tranquilizador ver, para um fogo com aquela velocidade, com as condições muito desfavoráveis, como a resposta superou todas as expectativas. E isso deve ser sublinhado e elogiado hoje", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aquandi da chegada para as festas de Almocageme.

Durante a madrugada, Marcelo Rebelo de Sousa esteve na Câmara Municipal de Sintra e a um aldeamento na Malveira, Guincho, "de forma a não prejudicar os operacionais".

"Pude verificar a forma como autarcas, populações, incluindo até muitos estrangeiros, e sobretudo os operacionais, foram excecionais, em tudo. Na capacidade de resposta, os operacionais e as autarquias, e as populações e turistas, no civismo com que aceitaram e efetuaram a evacuação de casas ou, por exemplo, do parque de campismo, em tempo verdadeiramente recorde", sublinhou o Presidente da República.

c/ Lusa

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