PSP realiza buscas no IMT e centros de inspeção

por RTP
Arquivo RTP

A Polícia de Segurança Pública está a realizar buscas no Instituto da Mobilidade e dos Transportes e em vários centros de inspeção do país. A investigação decorre nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Faro. Fonte da PSP revelou à RTP que estão em causa dezenas de mandados de detenção. Já foram detidas 34 pessoas.

A PSP deteve já 34 pessoas nesta operação que visa buscas a sete centros de inspeção automóvel, ao Instituto de Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a um escritório de advogados por suspeitas de corrupção e falsificação de documentos.

A RTP sabe que as buscas continuam a decorrer em vários pontos do país, incluindo na sede do Instituto da Mobilidade e dos Transportes, onde "é expectável que também haja detidos".
O inquérito visa suspeitas de inspeções fraudulentas de automóveis e é dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal. Em causa estão suspeitas de crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, e falsificação de documentos em centros de inspeção.

De acordo com o comunicado da Polícia de Segurança Pública (PSP) enviado às redações, decorrem buscas domiciliárias e não domiciliárias nos distritos de Lisboa, Porto, Setúbal, Braga e Faro na sequência “de um inquérito dirigido pelo Ministério Público do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), e em investigação no Departamento de Investigação Criminal da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública”.

O objetivo é, de acordo com aquela força, a recolha de prova de crimes de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção ativa para ato ilícito e falsificação de documentos.

A operação policial decorre na sequência de uma investigação iniciada em 2017, estando em causa crimes de corrupção e falsificação de documento agravada relacionada com a atividade de inspeção periódica de veículos. A PSP indica que foram recolhidos indícios que alguns suspeitos, administradores de facto ou de direito de diversas empresas gestoras de CITV, criaram nos centros "um esquema fraudulento que permitia a aprovação de veículos sem proceder à anotação de deficiências que os veículos apresentavam ou sem adotar procedimentos de inspeção legalmente obrigatórios, recebendo indevidamente vantagens patrimoniais e não patrimoniais, entregues pelos clientes" dos centros de inspeção automóvel.

A PSP sublinha também que se encontram sob investigação outras pessoas que poderão ter facilitado a concretização de alguns negócios ou favoreceram essas empresas, nomeadamente junto de entidades públicas.

A PSP dá conta que, em face de tais indícios e "por subsistirem, entre outros, o perigo de continuação de atividade criminosa e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas", o Ministério Público procedeu à emissão de mandados de detenção fora de flagrante delito e foram efetuadas, até ao início da tarde, 34 detenções. De acordo com a polícia, as buscas e detenções constituem o culminar da investigação desenvolvida em três inquéritos distintos, iniciados em 2017, 2019 e 2020, e entretanto juntos ao processo.

A PSP refere ainda que os arguidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação.


pub