Relatório de Segurança Interna alerta para crescimento da extrema-direita em Portugal

por RTP
Reuters

O Relatório Anual de Segurança Interna alerta para um regresso em força dos movimentos conotados com a extrema-direita em Portugal. As secretas avisam que os radicais portugueses aproximam-se da tendência europeia e estão a apostar na propaganda online. O documento que chega esta quinta-feira ao Parlamento revela que a criminalidade aumentou três por cento mas que a criminalidade violenta desceu para os níveis mais baixos de sempre.

Os movimentos ligados à extrema-direita em Portugal cresceram no último ano. O alerta está no Relatório Anual de Segurança Interna, documento que é esta quinta-feira apresentado no Parlamento.

As secretas notam que “a extrema-direita portuguesa continuou a aproximar-se das principais tendências europeus, na luta pela ‘reconquista’ da Europa pelos europeus”. As autoridades notam ainda que há um esforço dos diferentes setores de extrema-direita para convergirem e promoveram os seus objetivos no “plano político e metapolítico” e constatam ainda um “reforço da propaganda online”.

Estes movimentos têm ainda realizados eventos como concertos, conferências e protestos simbólicos. No entanto, o relatório não deixa de recordar que “a violência permaneceu como um traço marcante da militância de extrema-direita” e que "alguns militantes continuaram envolvidos em atividades criminosas extra-militância".

As secretas avaliam ainda a ameaça que representam novas organizações ligadas à extrema-direita, como a Nova Ordem Social e o grupo de motards Los Bandidos, ambos ligados ao ex-dirigente dos skinheads portugueses Mário Machado.
Descida da criminalidade violenta
O Relatório Anual da Segurança Interna constata que houve uma diminuição da criminalidade violenta no último ano. O documento nota que 4,4 por cento dos crimes praticados em Portugal são considerados violentos. No último ano foram referenciados 15.303 crimes violentos, valor consideravelmente inferior aos 24.456 referenciados em 2010.

A redução da criminalidade violenta não foi suficiente para travar o crescimento da criminalidade em geral. Os crimes aumentaram 3,3 por cento, fruto essencialmente do crescimento dos crimes de falsificação e passagem de moeda falsa (264,1 por cento), outras burlas (47,9 por cento) e incêndio por fogo posto (27,8 por cento).

O relatório nota ainda que o crime informático aumentou 226 por cento em 2017. Foram registadas 976 denúncias em 2017, valor que compara com as 299 registadas no ano anterior.
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