Risco de incêndio. Portugal continental em Situação de Alerta

por Joana Raposo Santos - RTP
O Governo solicitou à Força Aérea a “disponibilização de meios aéreos” Rafael Marchante - Reuters

O território continental entra em Situação de Alerta devido às temperaturas elevadas até ao final do dia 3 de junho. Este quadro foi esta quinta-feira decretado pelos ministérios da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural. Também a Proteção Civil já colocou vários distritos sob os alertas amarelo e laranja devido ao risco de incêndios.

“Face às previsões meteorológicas para os próximos dias, que apontam para um significativo agravamento do risco de incêndio florestal no território do continente”, está declarada a “Situação de Alerta no período compreendido entre as 23h59 do dia 30 de maio e as 23h59 do dia 3 de junho de 2019, para o território continental”, lê-se num comunicado dos ministérios.

As condições meteorológicas previstas pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para a globalidade do território continental traduzem-se num risco elevado ou muito elevado de incêndio florestal nos próximos cinco dias.O Governo solicitou à Força Aérea a “disponibilização de meios aéreos” que poderão ser ativados caso necessário.

A Situação de Alerta deve-se ainda ao facto de a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) ter determinado o Estado de Alerta Especial Amarelo nos distritos de Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu.

Já Beja, Castelo Branco, Évora, Faro, Leiria, Lisboa, Portalegre, Santarém e Setúbal estão sob o Estado de Alerta Especial Laranja.

Por estas razões, os ministérios da Administração Interna e da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural vão aplicar medidas de caráter excecional, entre as quais a “proibição da realização de queimadas e de queimas de sobrantes de exploração”.

O Estado vai ainda elevar o “grau de prontidão e resposta operacional por parte da GNR e da PSP”, aumentando as operações de vigilância e de “apoio geral às operações de proteção e socorro” que possam vir a realizar-se.
Medidas de prevenção
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil lançou, entretanto, um aviso à população sobre os cuidados a adotar nesta fase de perigo de incêndios rurais.

Tendo em conta os "valores de temperatura acima do normal para a época", a baixa humidade do ar e o "vento predominante" que pode atingir os 45 quilómetros por hora nos próximos dias, a ANEPC recomenda "a adequação dos comportamentos" e a adoção de medidas de prevenção.

Deste modo, nos locais onde o risco de incêndio seja muito elevado, passa a ser proibido o uso de fogareiros e grelhadores em espaço rural, o lançamento de foguetes e a desinfestação de apiários.
Mais meios aéreos
O ministro da Administração Interna anunciou esta quinta-feira que a imediata disponibilização de quatro helicópteros de combate a incêndios e que outros 12 estarão operacionais até à próxima segunda-feira.

“Hoje mesmo estarão em funcionamento mais quatro helicópteros, neste momento já está um Pernes (Santarém) e outro em Monchique (Faro), amanhã (sexta-feira) entrarão mais seis helicópteros em operação e, até à próxima segunda-feira, teremos um total de 16 meios aéreos adicionais que reforçam os 22 que já tínhamos no sistema”, declarou Eduardo Cabrita.

Em declarações à Antena 1, o titular da pasta da Agricultura, Capoulas Santos, destacou também o que considerou ser um "enorme esforço de prevenção".

O presidente da Proteção Civil afirmou, por sua vez, que a capacidade de resposta no combate a incêndios tem sido suficiente, apesar de ter existido necessidade de reforçar a componente terrestre por não estarem ainda disponíveis todos os meios aéreos.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) previa para esta altura do ano 38 meios aéreos disponíveis, mas até agora apenas estão operacionais 21, aos quais se vão juntar os 16 anunciados por Eduardo Cabrita.
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