O candidato do Bloco de Esquerda (BE) à presidência da Câmara de Lisboa considerou hoje "um crime ecológico" a proposta de Carmona Rodrigues de construir a Via da Meia-Encosta, entre o Alto da Ajuda e Alcântara.
"É verdade que a Via da Meia-Encosta está desenhada há mais de 50 anos e está prevista no Plano Director Municipal (PDM) de 1994, no entanto, o PDM também diz que a sua construção só é aconselhável se não interferir com a Tapada da Ajuda e isso é impossível", explicou José Sá Fernandes.
Considerada no plano de revisão do PDM que está a ser estudado pela actual gestão social-democrata da câmara, a Via da Meia-Encosta é uma estrada que aparece na proposta do PSD como integrando "a rede de distribuição secundária" e com construção prevista até 2012.
"Sou frontalmente contra a sua concretização", acrescentou Sá Fernandes.
Monsanto e a Ajuda foram incluídas hoje pela campanha do BE na rota da semana ecológica que Sá Fernandes iniciou no domingo.
Defendendo a criação de uma quinta pedagógica na Tapada da Ajuda, onde os alunos das escolas de Lisboa possam ir ver e "fazer agricultura", o candidato aproveitou ainda para denunciar as "negociatas" que envolveram os terrenos da encosta fronteira ao Palácio da Ajuda, onde está para ser construído um novo condomínio fechado.
"Tudo começou quando (Manuel Maria) Carrilho (na altura Ministro da Cultura) desafectou o palácio das Damas que deixou de ser património nacional, permitindo libertar o terreno para a construção onde irá nascer mais uma urbanização que, ainda por cima, retirará o enquadramento ao palácio", cuja fachada deixará de ser visível como agora.
AR.
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