Saúde. Registados 995 casos de violência em nove meses

por RTP
Reuters

Os ministros da Saúde e da Administração Interna vão reunir-se esta terça-feira para analisar os recentes episódios de violência contra profissionais de saúde e estudar novas medidas de segurança. Entre janeiro e setembro de 2019 foram registados 995 casos de violência, mais do que durante todo o ano de 2018.

Os dados da Direção-Geral de Saúde revelam que as injúrias são o principal tipo de notificação, representando quase 80 por cento dos casos.

A reunião entre Marta Temido e Eduardo cabrita decorre esta manhã no Ministério da Administração Interna.

Nos últimos dias foram noticiadas novas queixas de agressões a médicos, uma no Centro Hospitalar de Setúbal e outra no Centro de Saúde de Moscavide, em Loures, distrito de Lisboa.

Também no Centro Hospitalar de Setúbal, que integra o Hospital de São Bernardo, foi registado um incidente com um doente que aguardava atendimento na urgência, mas sem agressões. O utente ter-se-á mostrado agastado com o tempo de demora no atendimento, porque a médica em causa terá estado algum tempo ao telefone.

Em 2018, foram notificados 953 casos de violência contra profissionais de saúde.

Os médicos reclamam um botão de pânico nos consultórios de forma a evitar mais casos de violência.
Trata-se de um sistema que já existe há dez anos no hospital Amadora Sintra e que já preveniu vários episódios de confrontos entre utentes e profissionais de saúde.

A Ordem dos Médicos condenou as agressões e exigiu “uma intervenção urgente” do Ministério da Saúde, do Ministério Público e de outras entidades.

Em comunicado, a Ordem dos Médicos afirma que tem alertado que os casos de violência contra profissionais de saúde estão a aumentar e lamenta que "este crescimento exponencial da violência seja um sinal de que o Serviço Nacional se Sáúde não está bem, elevando-se o clima de conflitualidade institucional que não dignifica nem beneficia ninguém".

No passado domingo, a Federação Nacional dos Médicos acusou o Ministério da Saúde de “inércia” nos casos de violência contra os profissionais de saúde e exigiu policiamento nos serviços com potencial de conflito, como as urgências hospitalares.

Também o Sindicato Independente dos Médicos lamentou os casos de agressão a profissionais de saúde e instou a ministra Marta Temido a criar condições de segurança de modo a diminuírem o número de casos.
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