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Sindicatos de enfermeiros fecham greve com ameaça de mais luta

por RTP
O presidente da FENSE adiantou que os sindicatos apenas esperavam uma adesão de entre 60 a 70 por cento António Cotrim - Lusa

O presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermeiros (FENSE) considera que os 95 por cento de adesão à greve dos enfermeiros se traduzem num “êxito”. A greve durou cinco dias e levou ao cancelamento de mais de duas mil cirurgias e de milhares de exames e tratamentos. À falta de respostas, a classe “voltará à luta”.

José Correia Azevedo, presidente da FENSE, adiantou que os sindicatos apenas esperavam uma adesão de entre 60 a 70 por cento, tendo as suas expectativas sido ultrapassadas. Os 95 por cento alcançados significaram a paragem de cerca de 35 mil enfermeiros, sendo que no total existem cerca de 41 mil em todo o país.

O presidente da federação elogiou o facto de a população portuguesa ter compreendido e aceite de forma “pacífica” o protesto dos profissionais da área, apesar dos constrangimentos causados no atendimento dos utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Responsabilizou, porém, o Ministério da Saúde pelo impasse nas negociações com vista à reestruturação da carreira de enfermagem.

Azevedo garantiu que, caso as reivindicações da FENSE não sejam acolhidas pelo Governo, a classe "voltará à luta", com "ataques mais evidentes" e medidas extremas, como a eventual fuga para Espanha.

“O Governo vai ter de se sentar e negociar connosco”, declarou. Acrescentou que “os enfermeiros estão na disposição de continuarem a luta”, apesar de ser “evidente” que não irão “fazer greves sobre greves desgastantes”.
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