SIRESP. Altice diz-se pronta a "pagar do seu bolso" para manter rede

por RTP
A Altice deixou claro que a segurança das populações está garantida Pedro Nunes - Reuters

O presidente da Altice Portugal garantiu esta quinta-feira que o SIRESP vai estar funcional durante o verão, nem que a empresa “tenha de pagar do seu bolso”. As declarações surgem no mesmo dia em que o ministro da Administração Interna anunciou que mais 16 meios aéreos estarão disponíveis até segunda-feira. Até que estejam disponíveis os 38 meios previstos para esta altura do ano, a Proteção Civil garante que continuará a “reforçar a componente terrestre”.

“O que a SIRESP SA e a Altice, como fornecedora, podem garantir é que, no que depender de nós, a redundância (do sistema, no período mais crítico dos incêndios) vai estar ativa durante o verão e vamos garantir o funcionamento”, afiançou Alexandre Fonseca, em declarações citadas pela Lusa.

“Nem que para isso a Altice Portugal tenha que pagar do seu bolso o investimento e os custos associados para manter esta rede a funcionar”, declarou, um dia depois de a empresa ter garantido, em comunicado, que “não é nem será responsável por um eventual desligamento” do SIRESP.A Altice deixou claro que a segurança das populações está garantida e comprometeu-se a fornecer os serviços de rede necessários às comunicações durante eventuais incêndios.

O SIRESP, atualmente detido em 52,1 por cento pela Altice, em 33 por cento pelo Estado e em 14,9 por cento pela Motorola, tem estado no centro de negociações entre a entidade gestora e o Governo com o objetivo de que o Estado possa assumir uma posição de controlo da rede.

“Estamos em negociações com o Governo, a bola está do lado do Governo há algumas semanas e nós estamos a aguardar”, avançou Alexandre Fonseca, salientando que a Altice demorou apenas “horas” a dar resposta às propostas até agora lançadas pelo Estado.

Quanto à dívida do Estado à Altice, que chegou a levar à ameaça de paragem dos equipamentos em redundância da rede SIRESP, Alexandre Fonseca declarou que “o valor que está neste momento em cima da mesa ronda os 12 milhões de euros”, que se traduzem no investimento feito pela entidade gestora para manter a rede a funcionar.
Meios aéreos “suficientes”
O ministro da Administração Interna anunciou esta quinta-feira que estarão disponíveis, a partir de hoje, quatro helicópteros de combate a incêndios e que outros 12 estarão operacionais até à próxima segunda-feira.

“Hoje mesmo estarão em funcionamento mais quatro helicópteros, neste momento já está um Pernes (Santarém) e outro em Monchique (Faro), amanhã (sexta-feira) entrarão mais seis helicópteros em operação e, até à próxima segunda-feira, teremos um total de 16 meios aéreos adicionais que reforçam os 22 que já tínhamos no sistema”, declarou Eduardo Cabrita.

Os 16 helicópteros que vão estar disponíveis até segunda-feira resultam da contratação por ajustes diretos feita esta semana pelo Governo devido ao estado de alerta de risco de incêndio face às condições meteorológicas.

O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) previa para esta altura do ano 38 meios aéreos disponíveis, mas até agora apenas 21 estão operacionais.

Eduardo Cabrita garante, porém, que “todos os meios que hoje temos estão a ser suficientes” e que este ano Portugal tem “o maior nível de prontidão terrestre de sempre”.
Reforço da “componente terrestre”
O presidente da Proteção Civil confirmou hoje que a capacidade de resposta no combate a incêndios tem sido suficiente, apesar de ter existido necessidade de reforçar a componente terrestre por não estarem ainda disponíveis todos os meios aéreos.

“Até ao momento, os meios que temos têm sido suficientes”, afirmou Mourato Nunes. “Enquanto não tivermos todos os meios aéreos que estavam previstos para a altura reforçamos bastante a componente terrestre”.

O presidente da Proteção Civil salientou que o número de meios aéreos previstos pelo DECIR, que atualmente é de 38 e a partir de 1 de junho passa a 60, “não está lá por acaso” e que, por essa razão, “haverá mais ajustes diretos” caso seja necessário, ou seja, caso os vistos do Tribunal de Contas continuem demorados.

c/Lusa
pub