Tancos. PJ admite ter investigação praticamente finalizada em "junho ou julho"

por Lusa

Lisboa, 26 mar (Lusa) -- O diretor da Polícia Judiciária, Luís Neves, admitiu hoje que a investigação ao caso do furto de Tancos, em 2017, deverá estar praticamente concluída em "junho ou julho" deste ano.

Numa audição, hoje à tarde, na comissão parlamentar de inquérito ao furto de material militar em Tancos, Luís Neves disse que "em junho ou julho" espera ter "a investigação numa fase praticamente final".

Em 05 de fevereiro, o Ministério Público (MP) pediu ao tribunal que seja declarada a especial complexidade ao processo do furto das armas de Tancos, o que permitirá dilatar até ao final de setembro o prazo para a conclusão do inquérito.

Num despacho a que agência Lusa teve acesso, o MP alega que investiga criminalidade altamente organizada e que as diligências que considera imprescindíveis são impossíveis de realizar até dia 28 de março, prazo inicial para a conclusão do inquérito.

Hoje, na comissão de inquérito, o diretor da PJ afirmou que "era impossível nesta investigação, face ao número de arguidos, face ao número de material para analisar, face a tudo o que sucedeu, conduzir esta investigação apenas em seis meses".

O processo de Tancos, que resulta da apensação do processo do furto das armas e do aparecimento das mesmas meses depois na Chamusca, conta com 20 arguidos, dos quais nove estão em prisão preventiva e um em prisão domiciliária.

Os crimes indiciados são terrorismo internacional, associação criminosa, tráfico de droga, furto, detenção e tráfico de armas, tráfico de influência, e denegação de justiça e prevaricação, falsificação de documento e abuso de poder.

Atualmente, o inquérito, segundo o documento, é composto por 37 volumes e mais 50 apensos.

O caso do furto de armas, ocorrido em 2017, ganhou importantes desenvolvimentos em 2018, tendo sido detidos militares da PJM e da GNR, suspeitos de terem forjado a recuperação do material em conivência com o presumível autor do roubo, um ex-militar de nome Paulino.

O furto de material de guerra foi detetado pelo exército em 28 de junho de 2017 e o reaparecimento das armas, na região da Chamusca, a 20 quilómetros de Tancos, foi revelado quatro meses depois (18 de outubro) pela PJM, em colaboração de elementos do núcleo de investigação criminal da GNR de Loulé.

Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e uma grande quantidade de munições.

 

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