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Ucrânia. PEV defende esclarecimento de suspeitas no acolhimento de refugiados em Setúbal

por Lusa

O PEV defendeu hoje o "cabal esclarecimento das suspeitas veiculadas" sobre o acolhimento de refugiados ucranianos pela câmara de Setúbal, considerando porem em causa a idoneidade de funcionários da autarquia, do SEF, e do Alto Comissariado para as Migrações.

"Perante as informações veiculadas hoje pelo jornal "Expresso" que colocam em causa a idoneidade de funcionários e colaboradores da CM Setúbal, do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), da Segurança Social, do Alto Comissariado para as Migrações e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, a existirem irregularidades somos em crer que serão apuradas todas as situações de forma a garantir o cabal esclarecimento das suspeitas veiculadas e a salvaguarda dos direitos e bem estar das pessoas envolvidas (cidadãos refugiados, funcionários ou voluntários)", escreve o PEV, em comunicado.

O semanário Expresso noticia hoje que refugiados ucranianos são acolhidos na Câmara de Setúbal - liderada pelo militante do PEV André Valente Martins - por russos simpatizantes do regime de Vladimir Putin e que responsáveis pela Linha de Apoio aos Refugiados estão a fotocopiar documentos dos refugiados, entre os quais passaportes e certidões das crianças.

No comunicado, o Partido Ecologista Os Verdes afirmou reconhecer "todo o empenho e esforço da Câmara Municipal de Setúbal, liderada por André Martins do PEV, no apoio aos refugiados e vítimas da Guerra na Ucrânia após a invasão da Rússia, estando mesmo na linha da frente na prestação desse auxílio, num esforço de cooperação conjunta com demais entidades governamentais".

Aquele partido repudiou ainda "qualquer tentativa de discriminação e xenofobia que possa envolver cidadãos de origem ucraniana ou russa, voluntários ou funcionários que colaboram" com as autarquias no acolhimento das pessoas que fugiram da guerra na Ucrânia.

Segundo noticiou hoje o jornal Expresso, pelo menos 160 refugiados ucranianos já terão sido recebidos por Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos, e pela mulher, Yulia Khashin, funcionária do município setubalense.

De acordo com aquele semanário, Igor Khashin, líder da Associação dos Emigrantes de Leste (Edintsvo), subsidiada desde 2005 até março passado pela Câmara de Setúbal, e a mulher terão, alegadamente, fotocopiado documentos de identificação dos refugiados ucranianos, no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal.

Igor Khashin e a mulher terão também questionado os refugiados sobre os familiares que ficaram na Ucrânia, mas a Câmara Municipal de Setúbal garante que "nunca foi feita tal pergunta".

O jornal Expresso refere ainda que Igor Khashin é um dirigente associativo com dupla nacionalidade, que se apresenta como "gestor de projetos", e que as associações a que terá estado ligado estavam nos sites da Ruskyi Mir e da Rossotrudnichestvo, instituições estatais criadas pelo Kremlin para divulgar a cultura e o mundo russos, mas que, segundo fontes citadas pelo jornal, "podem servir de cobertura a elementos dos serviços secretos" da Rússia.

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