União do Porto das IPSS encomendou 30 mil máscaras à China

por Lusa

A União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS) do Porto encomendou 30 mil máscaras à China, num negócio que envolve a Cruz Vermelha Portuguesa e a Chinesa, disse hoje à Lusa o presidente da instituição, Rui Leite Castro.

Admitindo que as instituições associadas vivem dias difíceis "com falta de pessoal e de material", o responsável, ainda assim, deu conta de algum conforto com o resultado de um levantamento efetuado nos últimos dias.

"Obtive resposta de 122 das 200 instituições associadas do distrito do Porto com lares, centros de dia, serviço de apoio domiciliário ou lar residencial [para deficientes]. Das respostas contabilizadas existe apenas um utente e quatro colaboradores com a covid-19", relatou Rui Leite Castro.

E prosseguiu: "acrescem a estes números 141 trabalhadores em isolamento e mais de 120 em quarentena, num total de 2.600 funcionários ao serviço".

Em conclusão, disse tratar-se de uma realidade que "vai ao encontro do que se ouve por aí", explicando que a falta de material tem por trás razões operacionais.

"Não há o hábito de comprar [equipamento de proteção individual] e poucos são os que têm luvas, máscaras e batas. Isso não é normal, pois só a enfermeira, por norma, o utiliza", argumentou o dirigente da UDIPSS.

Confirmando que dentro de dias "receberão uma parte do milhão de luvas fabricadas e oferecidas hoje à Comissão Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS) por uma empresa de Vila Nova de Famalicão", Rui Leite Castro avançou com outra novidade.

"Decidimos fazer uma campanha de angariação de fundos - sendo que já temos algum dinheiro porque houve um grande mecenas que o ofereceu - e através da Cruz Vermelha Portuguesa, que tratou com a Cruz Vermelha Chinesa, encomendámos 30 mil máscaras à China", disse.

Fruto da doação recebida, as máscaras, garantiu, "estão quase todas pagas", contando que o resto do dinheiro surja da angariação lançada hoje no site www.protegeripss.pt.

"Depois iremos encomendar viseiras, gel e roupa. Prescindimos de pedir luvas porque acabei de saber da oferta que chega através da CNIS", acrescentou.

Rui Leite Castro elogiou ainda a colaboração entre a "Câmara do Porto, exército português e a secção Norte da Ordem dos Médicos que permitiu a instalação no Pavilhão Rosa Mota de um hospital de retaguarda, tão perto do Hospital Santo António, para os casos com sintomas mais fracos".

"Acho uma ideia fantástica", congratulou-se o líder da União Distrital.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 187 mortes e 8.251 casos de infeções confirmadas.

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