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Universidade da Beira Interior estuda causas e tratamentos para tumores da hipófise

por Lusa

Covilhã, Castelo Branco, 23 out (Lusa) - A Universidade da Beira Interior (UBI) está a desenvolver uma investigação sobre as causas e tratamentos dos tumores da hipófise, num projeto que envolve vários hospitais do país, anunciou esta instituição de ensino superior da Covilhã, distrito de Castelo Branco.

"Melhorar a compreensão das causas dos tumores da hipófise e, dessa forma, alcançar implicações clínicas importantes no tratamento da doença é o objetivo da investigação que está a decorrer no Centro de Investigação em Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior (CICS-UBI), com abrangência nacional. O trabalho decorre no âmbito do Projeto GenoPit - Fatores de risco genético para tumores da hipófise e é coordenado pelo médico e investigador do CICS-UBI Manuel Lemos", refere a UBI em nota de imprensa.

Na informação, a universidade explica que a hipófise é uma pequena glândula situada por baixo do cérebro, responsável por controlar a produção de várias hormonas que regulam funções essenciais: metabolismo, crescimento, fertilidade, reprodução e amamentação. Por vezes, ocorrem tumores, em inúmeras situações de causa desconhecida, que são habitualmente benignos (adenomas), mas que levam à produção excessiva destas hormonas, causando graves problemas de saúde.

Em alguns casos, os tumores ocorrem em várias pessoas da mesma família, fazendo suspeitar que possam ter causas genéticas. É aí que reside um aspeto importante do trabalho previsto para o GenoPit, visto que o projeto vai tentar identificar os genes herdados que são responsáveis por estes tumores ou que aumentam significativamente o risco de os desenvolver.

Segundo o referido, com esse conhecimento, abre-se a possibilidade de, através de um simples teste genético, prever quem são as pessoas em risco de desenvolver estes tumores e de atuar precocemente para controlar a doença.

"Os resultados destes estudos poderão ter implicações clínicas importantes, pois a informação genética pode ser útil no diagnóstico, prognóstico, escolha do tratamento, seguimento e aconselhamento genético. Desta forma, o projeto vai ajudar os médicos a tomarem decisões clínicas mais apropriadas para os seus doentes, levando ao desenvolvimento de tratamentos mais eficazes", salienta o coordenador do projeto, Manuel Lemos, citado na nota da UBI.

A UBI também destaca que a importância da aplicação prática do conhecimento alcançado pelo GenoPit já está a ser "reconhecida pelo interesse despertado junto de um elevado número de hospitais", que serão colaboradores no projeto e que irão referenciar os doentes a integrar o estudo.

São parceiros os serviços de endocrinologia de unidades de saúde de praticamente todas as regiões do país: Hospital de Santa Maria, Hospital Curry Cabral, Hospital Egas Moniz, Instituto Português de Oncologia (todos de Lisboa), Hospital Garcia de Orta (Almada), Hospital de São João e Hospital de Santo António (ambos dos Porto), Hospital de Braga, Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (Vila Real), Hospital Divino Espírito Santo (Ponta Delgada).

O projeto conta com financiamento de 240 mil euros da parte da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e enquadra-se numa área de investigação do CICS-UBI dedicada às Hormonas e Metabolismo, debruçando-se sobre o efeito que as hormonas têm na saúde humana.

Com a duração de três anos, vai ser desenvolvido nos laboratórios do CICS-UBI, com a participação da investigadora Catarina Gonçalves. Em aberto está a possibilidade de haver oportunidades para a participação de alunos de mestrado ou de doutoramento da UBI.

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