Universidade do Porto com água grátis nas suas instalações no próximo ano letivo

por Lusa

A Universidade do Porto (UP) vai passar a oferecer uma garrafa de água reutilizável no `kit` de boas-vindas aos novos estudantes, instalar bebedouros pela academia e disponibilizar água grátis nos locais de venda de alimentos, foi hoje anunciado.

As medidas integram o "Plano de ação da UP para promoção de uma alimentação saudável" hoje comhecido no Porto, no dia em que foi apresentado, pela Direção-geral de Saúde, o Relatório Anual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

Em declarações à agência Lusa, o pró-reitor da UP, José Castro Lopes, falou de um plano que se divide em duas áreas, apontando a "objetivos alimentares", através do "aumento do consumo de água e dos hortofrutícolas" e da "redução do consumo de açúcar e do sal".

Paralelamente, a UP quer "promover a literacia alimentar e nutricional", através de `workshops` de culinária, tentando "desenvolver competências na área da escolha/compra e preparação de alimentos", bem como "promover uma formação breve em alimentação saudável" destinada aos responsáveis dos serviços de alimentação da UP.

O plano, segundo o responsável, estará no terreno "no próximo na letivo" e terá "uma duração de dois anos".

"O plano integra outro, mais vasto, de promoção da saúde e bem-estar na UP (...) não só dos estudantes, mas de toda a comunidade académica, sejam docentes ou funcionários não docentes", disse à Lusa o pró-reitor.

Uma das sete vertentes deste programa mais vasto é "a promoção da alimentação saudável", que pretende acompanhar a "fase de transição dos estudantes que chegam ao Ensino Superior, que pela primeira vez estão independentes e têm de assumir a responsabilidade de escolher e confecionar os alimentos", acrescentou.

"Vamos aumentar a disponibilidade de produtos mais adequados do ponto de vista nutricional e aumentar a literacia dos estudantes e da comunidade académica sobre as melhores escolhas", disse.

E prosseguiu: "o estudo da DECO [Defesa do Consumidor], feito em colaboração com a Faculdade de Ciências e da Nutrição e Alimentação [da UP], demonstrou que nas máquinas de venda automática que estão espalhadas por todos o país, mas também na Universidade do Porto, a quantidade de fruta é muito reduzida e uma das linhas de ação do nosso plano é intervir (...) não só disponibilizando mais fruta, mas também (...) reduzindo a quantidade de açucar, por exemplo, nos cafés, ou chá que, por exemplo, têm o dobro do máximo recomendado".

"O programa terá a duração de dois anos, com avaliações intercalares e outra final, para vermos de que maneira o projeto impactou na promoção da alimentação saudável na UP", explicou.

Sobre os números do Relatório Anual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), considerou-os "preocupantes, mas não desanimante", alertando para o facto de que "alguma coisa está a ser feita".

"Em termos de obesidade continuamos com altos índices, mas tem vindo a diminuir ligeiramente", apontou, insistindo serem números "que, apostando em campanhas de promoção e de sensibilização, é possível reverter comportamentos", que sendo "difícil" e "levando algum tempo", tem de "se começar de algum lado, sob pena de nunca mais se conseguir nada".

O PNPAS, hoje apresentado, refere que cada português consumiu no ano passado 60 litros de refrigerantes, o que equivale a 3,3 quilogramas de açúcar, um valor menor do que no ano anterior, quando começou a ser aplicado o imposto sobre estas bebidas.

O mesmo relatório dá ainda conta que o programa de distribuição de fruta e leite nas escolas vai ser avaliado no próximo ano letivo, depois de em 2017/2018 Portugal ter usado apenas um terço dos 5,5 milhões comunitários, deixando de fora mais de 230 mil crianças.

Da mesma forma, a Roda dos Alimentos, com o apoio da Direção-Geral do Consumidor vai ser revista até final de 2020, prevendo o PNPAS também um sistema de rotulagem uniforme e mais fácil de entender.

 

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