Urgência pediátrica de Torres Vedras fechou durante a noite mas há soluções

por Lusa
RTP

A urgência pediátrica de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste (CHO) encerrou pela primeira vez entre as 21:00 de terça-feira e as 09:00 desta quarta-feira, mas já foram encontradas soluções para resolver os constrangimentos, disse a administradora.

Elsa Banza confirmou à agência Lusa que a urgência pediátrica encerrou nesse horário, justificando que "os clínicos gerais não quiseram assumir o serviço por falta de condições",uma vez que não estava qualquer pediatra nesse turno.

A administração do CHO falava à Lusa depois de ter tido, juntamente com o presidente da Câmara de Torres Vedras, uma reunião com o secretário de Estado da Saúde, António Sales, no Ministério da Saúde.

A responsável afirmou que "a reunião correu bem" e saiu "satisfeita, porque foi assegurada a resposta que a população precisa", garantindo até ao final do mês o preenchimento das escalas, com recurso aos pediatras do quadro e das empresas prestadoras de serviços externos, que foram sensibilizados para o efeito.

O encerramento da urgência pediátrica de Torres Vedras, no distrito de Lisboa, "nunca foi uma hipótese [para esta administração], tendo em conta que, em 2019, atendeu 21 mil casos, serve uma região com 35 mil crianças e jovens e Torres Vedras dista 40 quilómetros quer de Lisboa, quer da unidade de Caldas da Rainha", no distrito de Leiria, sublinhou.

Elsa Banza adiantou que, da reunião, saiu o compromisso da tutela em autorizar vagas para pediatras em Torres Vedras, no concurso que vai ser lançado em abril.

Outras soluções a anunciar foram remetidas para uma conferência de imprensa conjunta que CHO e autarquia vão dar hoje.

No sábado, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, questionada se o reencaminhamento de doentes para as Caldas da Rainha é para resolver ou é definitivo, a ministra da Saúde, Marta Temido, disse que o assunto está a ser "trabalhado entre a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e a administração do CHO", admitindo que "a resposta estará sempre dependente do número de pediatras".

"A afluência que regista a unidade de Torres Vedras leva-nos a refletir sobre a solução mais definitiva", acrescentou.

No dia 31 de dezembro e entre as 21:00 de quinta-feira e as 09:00 de sábado, a urgência pediátrica funcionou sem pediatra, desrespeitando as regras impostas pela Ordem dos Médicos.

Os doentes que necessitaram desta especialidade foram transferidos para as Caldas da Rainha, no distrito de Leiria.

A administradora afirmou que os casos que foram reencaminhados já o seriam mesmo com a urgência a funcionar em pleno, uma vez que obrigavam a internamento.

Cada escala é preenchida por dois médicos de clínica geral e um pediatra.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e Peniche e serve cerca de 300 mil habitantes daqueles três concelhos, assim como de Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã e parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com exceção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).

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