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Vacinação sarampo. "Obrigatoriedade não se aplica"

por RTP

A diretora-geral de Saúde considera que a obrigatoriedade de vacinação não se aplica, lembrando que Portugal tem das mais elevadas taxas de vacinação do mundo, mesmo comparando com outros países em que é obrigatória a vacinação. Graça Freitas reagia assim quando questionada sobre a necessidade de tornar a vacinação obrigatória para os profissionais de saúde, por exemplo. No surto de sarampo que se regista a norte, uma grande parte dos casos suspeitos são de profissionais de saúde.

A diretora-geral lembrou nesse sentido que Portugal tem sarampo eliminado, ou seja, não existe de forma selvagem. Há registo de casos esporádicos ou surtos, normalmente, casos importados de outros países.

Quanto ao surto que se regista no norte do país, Graça Freitas admitiu que possam surgir mais casos. No entanto, reitera que, para já, estão confirmados 21 casos. Das cinco pessoas internadas, pelo menos uma vai ter alta.

A diretora-geral de saúde considera que perante os dados de que dispõe, o surto de sarampo não está descontrolado e segue aquela que é a dinâmica natural da doença.

"É provável que desde ontem [quinta-feira] tenham aparecido casos suspeitos, mas que carecem de reporte, quer para a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), quer para o nível nacional, e carecem de uma investigação laboratorial. Não é uma questão de não controlo, mas uma dinâmica do próprio vírus e da doença", referiu em declarações aos jornalistas.

A diretora-geral respondeu também às declarações do presidente da Associação Portuguesa dos Administradores dos Hospitais, Alexandre Lourenço, que defendeu um consenso entre as ordens e os sindicatos para uma campanha pelo cumprimento do Programa Nacional de Vacinação e admitiu que os hospitais não fazem triagem para saber se os profissionais que contratam têm as vacinas em dia.

"Pode fazer-se pedagogicamente (uma triagem dos profissionais de saúde). Tudo se pode fazer de forma pedagógica, consensual e informada. Vocês acham que, em consciência, alguém não vai verificar o vosso boletim? O que acontece é que somos vacinados na infância e quando entramos no mundo laboral, passados 25 anos, não se tem a sensação se estamos corretamente vacinados ou não", retorquiu.
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