Vacinas. Terceira dose deverá ser necessária, mas não de imediato

por RTP

Um estudo de investigadores portugueses sugere que a terceira dose da vacina contra a covid-19 será inevitável, uma vez que o nível de anticorpos cai cerca de 16 por cento três meses após a vacinação. Em entrevista à RTP, Miguel Castanho, investigador do Instituto de Medicina Molecular, defendeu que o estudo revela o que já era esperado, uma vez que o mesmo acontece com outras vacinas. O especialista diz, no entanto, ser "precipitado" pensar na terceira dose como uma necessidade imediata, uma vez que ainda decorre o processo de vacinação inicial.

O estudo em questão baseou-se numa amostra total de nove mil pessoas, sendo que os resultados se referem a cerca de quatro mil. "É uma amostra bastante grande" e "os resultados estão em linha com outros estudos que já foram feitos noutros países e com aquilo que se conhece mais ou menos da resposta fisiológica às vacinas", explicou à RTP Miguel Castanho.

O especialista esclareceu que o declínio de anticorpos é bastante rápido e que, depois, passa a haver um declínio muito menos acentuado. "E isto é o que se espera de uma resposta a uma vacina", frisou.

Quando a uma eventual terceira dose, Castanho acredita que chegará uma altura em que será necessário fazer um reforço da vacinação ou uma nova vacinação.

"Até porque, entre o desenvolvimento destas vacinas que estão a ser usadas e o dia de hoje, já tivemos a variante do Reino Unido, já tivemos a variante de Manaus, já tivemos variante da África do Sul, já temos a variante Delta e, portanto, o vírus já mudou o suficiente para pensarmos em atualizar as vacinas e, em algum ponto, fazer uma nova vacinação".

"O que eu creio que é precipitado é extrapolar deste estudo para a necessidade imediata de uma terceira dose", até porque o mais importante neste momento é completar o processo de vacinação que ainda decorre, defendeu.
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