Vereadora da Habitação em Lisboa desafia Assunção Cristas a apresentar queixas concretas

por Lusa

Lisboa, 14 dez (Lusa) -- A vereadora da Habitação na Câmara de Lisboa desafiou hoje a vereadora do CDS-PP Assunção Cristas a apresentar factos e queixa às entidades de irregularidades concretas que tenha detetado na Gebalis, a empresa municipal que gere os bairros sociais.

Na quarta-feira, durante uma visita a um bairro de Marvila, Assunção Cristas ouviu queixas dos moradores acerca da empresa municipal Gebalis, que considerou "gravíssimas", como por exemplo a de que lhes são pedidos pagamentos para resolver pedidos de atribuição de casa que acabam por não ser resolvidos, ficando os moradores sem o seu dinheiro.

Em declarações à Lusa, Paula Marques considerou "inaceitáveis" e "demagógicas" as afirmações de Assunção Cristas.

"Se a Sr.ª vereadora tem conhecimento concreto de alguma forma de atuação de qualquer trabalhador ou trabalhadora do município de Lisboa que não cumpra as estritas regras a que todos somos obrigados, pois que faça aquilo que a obriga a fazer. Há uma situação concreta identificada, faz queixa ao Ministério Público e sinaliza-a à administração da empresa, para que se possa atuar em termos de procedimento de averiguação", afirmou, em declarações à Lusa, a vereadora responsável pela habitação, Paula Marques.

"Agora, sem nenhuma questão concreta, sem nenhum conhecimento de caso concreto, fazer considerações gerais sobre a idoneidade, a honestidade, a competência dos trabalhadores e das trabalhadoras de uma empresa, pondo em causa o bom nome da empresa -- e, acima de tudo, pondo em causa os trabalhadores/as de uma empresa -, é inaceitável", considerou, salientando que as declarações de Assunção Cristas merecem "todo o repúdio" dos vereadores da maioria.

Paula Marques acrescentou que a posição de Cristas é "demagógica", "lança um anátema sobre o funcionamento de uma empresa pública" e considerou "lamentável que uma vereadora em funções alimente a discórdia entre os moradores e os trabalhadores e as trabalhadoras de uma empresa, sem concretizar".

"A atribuição de habitação e a gestão de habitação no município de Lisboa tem regras, tem regulamentos próprios, está ao abrigo da lei da República, e, portanto, nem se põe em causa que haja, de uma forma genérica, o não cumprimento dessas regras", disse.

Entretanto, a Comissão de Trabalhadores da Gebalis já veio hoje "repudiar" as declarações de Assunção Cristas, afirmando que são "inadmissíveis e inaceitáveis" e que têm por base "relatos de rua".

"Os trabalhadores desta empresa não podem admitir este tipo de acusações, proferidas sem qualquer sentido de responsabilidade e sem noção de eventuais consequências que poderão ter no trabalho de terreno, bem como na relação estabelecida com os munícipes e com a rede social de parceiros", lê-se num comunicado hoje divulgado.

Assunção Cristas disse ainda na quarta-feira que o grupo do CDS-PP vai pedir uma inspeção à empresa municipal que gere os bairros sociais, ajudar as pessoas a denunciar casos e também fazer um pedido formal escrito do número de habitações municipais por atribuir na capital, que inclua as moradas, bem como do tempo médio de espera pelas casas.

"É muito difícil provar, mas já não é um relato, são dois, são três, de coisas que não são de agora. Algumas são antigas outras são de agora, coisas que, pelos vistos, persistem, nestes bairros", afirmou.

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