Vistos dourados usados por condenados por corrupção para entrar na Europa

por Antena 1

Rafael Marchante - Reuters

Os vistos dourados estão a servir de porta de entrada na Europa a pessoas envolvidas em esquemas de corrupção. Alguns tentam entrar por Portugal. O Expresso e o jornal britânico The Guardian dão conta de vários nomes, nomeadamente de um magnata brasileiro que está implicado num escândalo de corrupção.

A investigação revela que "homens de negócios envolvidos no escândalo de corrupção Lava Jato, no Brasil, e familiares de um político angolano que foi acusado de corrupção compraram de forma sigilosa o seu acesso à Europa através do Governo português", escreve o Expresso.

Na origem da revelação está uma fuga de informação de vários nomes. Os dois jornais dizem que há mais casos de vistos gold pedidos a Portugal, mas também há casos detetados no Chipre, com oligarcas russos e um empresário sírio incluído na lista de sanções dos Estados Unidos na lista de investidores que receberam cidadania do Chipre em troca de investimentos em dinheiro.

“As duas fugas de informação oferecem uma visão detalhada sobre este tipo de regimes de visto gold, em que países trocam passaportes, cidadania ou autorizações de residência por investimentos vindos de pessoas ricas”, explica o Expresso.

O programa de autorização de residência para investimento” em Portugal, conhecido como “vistos gold” exige que sejam aplicados 500.000 no mercado imobiliário, em troca de uma autorização de residência permanente. Após cinco anos essa autorização pode ser convertida em cidadania.

A Comissão Europeia vai entretanto analisar todos os regimes de atribuição de nacionalidade através de programas como o dos vistos dourados.

A eurodeputada Ana Gomes tem defendido que as autoridades de cada estado-membro devem verificar a idoneidade dos candidatos a vistos gold bem como a origem do dinheiro. Até agora, o conselho de estados membros não aceitou as propostas da eurodeputada.
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