Novos nomes de políticos e empresários portugueses nos “Panama Papers”

por Jorge Almeida - RTP
Reuters

Uma investigação da RTP revelou ligações de um milionário mexicano, identificado nos “Panama Papers”, à zona franca da Madeira, com a intermediação de duas conceituadas firmas de advogados de Lisboa. A Autoridade Tributária já anunciou que vai investigar.

Nos jornais de hoje também surgem envolvidos os nomes do presidente e do vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, bem como dos empresários, Pedro Queiroz Pereira, Ângelo Correia e Luís Champalimaud.

O nome do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes e do seu vice-presidente, Miguel de Sousa, surgem nos “Panama Papers”, quando eram deputados da Assembleia Regional. A informação resulta da investigação do Expresso e da TVI com o Consórcio Internacional de Jornalistas.

Em resposta, os dois políticos garantem que nunca tiveram ligações com offshores.

O semanário Expresso revelou que existem 13 empresas com morada no Funchal registadas pela Mossack Fonseca como intermediárias para a criação de offshores.
Investigação do “Sexta às 9” da RTP
Uma investigação do programa “Sexta às 9” da RTP revelou esta sexta-feira a ligação do multimilionário mexicano, Ramiro Garza Cantú, que já tinha sido identificado nos “Panama Papers”, com três empresas registadas na zona franca da Madeira, o que permitiu uma poupança de seis milhões de euros.

O esquema de planeamento fiscal foi intermediado por duas conceituadas sociedades de advogados de Lisboa: a Rui Pena, Arnaut e Associados e a Abreu Advogados, onde trabalha Luís Marques Mendes.

O diretor da Autoridade Tributária da Madeira fez saber que vai mandar investigar as informações reveladas pela investigação da RTP.
“PQP”, Ângelo Correia e Champalimaud
Pedro Queiroz Pereira, o presidente da Semapa e o antigo ministro da Administração Interna, Ângelo Correia, são mais dois nomes de empresários portugueses na investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas aos “Panama Papers”.

Segundo a edição de hoje do semanário Expresso e do Correio da Manhã, o empresário Pedro Queiroz Pereira terá usado uma offshore para pagar viagens em jatos privados enquanto Ângelo Correia foi administrador durante oito meses, entre 2004 e 2005, de uma empresa que fez negócios com a Mossack Fonseca. O ex-governante afirma não saber da existência da empresa, admitindo que possa ter sido nomeado para a Anchorage Group Assets.

Também dois nomes da família Champalimaud surgem nos papéis do Panamá. O filho de António Champalimaud, Luís de Mello Champalimaud, terá dirigido uma offshore entre 2006 e 2014. O nome da neta do milionário, Sofia Monteiro, também aparece nos papéis.
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