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Adão Silva. Novo líder parlamentar do PSD reivindica bancada robustecida

por Carlos Santos Neves - RTP
Votaram os 79 deputados do PSD ao Parlamento. Sessenta e quatro votaram a favor e outros seis em branco. Houve ainda nove votos nulos Rafael Marchante - Reu

Adão Silva foi esta quinta-feira eleito, com 81 por cento dos votos, para a liderança da bancada do PSD. O deputado considera que este é um resultado que “robustece o grupo parlamentar” e traduz “a livre escolha” dos demais parlamentares social-democratas. Mas houve queixas relativas a filmagens e fotografias durante o processo.

“Surpreendentes”. É assim que o novo líder parlamentar laranja encara as queixas por parte de alguns dos deputados do maior partido da oposição, que apontaram ausência de privacidade no momento da votação.

“Foi sempre assim que fizemos, as últimas e penúltimas eleições decorreram desta maneira, há sempre filmagens e fotografias. Não há algo que aconteceu de novo. É algo que repete o que vinha de trás e nunca houve esse tipo de objeções”, reagiu Adão Silva, para quem este “é um pormenor que não deslustra o ato eleitoral”.Segundo Adão Silva, os “dois ou três” deputados que expressaram objeções viram as câmaras serem desligadas.


Já sobre o score que obteve, o dirigente partidário quis defender que “os resultados espelham a livre escolha dos colegas deputados”, aos quais agradeceu “a disponibilidade para participarem neste ato eleitoral que robustece o grupo parlamentar”.

“Os resultados parecem-me muito substantivos e, ao mesmo tempo, muito desafiantes”, enfatizou o deputado de 62 anos.

A primeira reunião da bancada sob a liderança de Adão Silva ocorrerá dentro de uma semana, no dia 24 de setembro.

Questionado sobre o protagonismo nos debates com a presença do primeiro-ministro no hemiciclo, o novo líder parlamentar do PSD foi taxativo ao designar Rui Rio: “Na minha cabeça está bem definido. Sempre que o líder do partido quiser fazer esse trabalho, deve fazê-lo”.

Adão Silva afirmaria ainda, depois de ser questionado sobre eventuais divergências futuras no seio do grupo parlamentar, que “apesar das vicissitudes dos últimos dias, no momento do voto, os deputados do PSD uniram-se em torno da direção alargada”. “E há prova de grande unidade para trabalhar”, frisou.
Perfil e escolhas

Votaram os 79 deputados do PSD ao Parlamento. Sessenta e quatro votaram a favor e outros seis em branco. Houve ainda nove votos nulos.

O deputado e antigo vice-presidente do grupo parlamentar social-democrata Pedro Pinto anunciara, na semana passada, a intenção de concorrer. Viria a desistir na segunda-feira, reconhecendo que “há caminhos que não se fazem sozinhos”.

Adão Silva rende assim o próprio Rui Rio na liderança da bancada. Fica aquém do resultado alcançado pelo presidente do partido a 6 de novembro do ano passado - 89,87 por cento. Mas supera largamente o resultado de Fernando Negrão, que em fevereiro de 2018 não foi além dos 39,7 por cento.“A fragmentação, a divisão não ajudam, se forem sistemáticas”, advertiu Adão Silva, acrescentando que é preciso tolerar “a diferença e a crítica”.


Eleito pela primeira vez para a Assembleia da República na V Legislatura, que decorreu de 1987 a 1989, pelo círculo de Bragança, Adão Silva exerceu funções governativas, como secretário de Estado da Saúde no Executivo de coligação entre PSD e CDS-PP, encabeçado por Durão Barroso, entre 2002 e 2004.

Adão Silva vai conservar os vices de Rui Rio, Carlos Peixoto, Luís Leite Ramos, Clara Marques Mendes, Ricardo Baptista Leite e Afonso Oliveira. O nome novo nas vice-presidências é o da deputada Catarina Rocha Ferreira.

O novo líder parlamentar do PSD mantém 11 das 14 escolhas de Rui Rio. As alterações visam responder às demissões ocorridas nos últimos meses por divergências com a direção: Álvaro Almeida, da coordenação na comissão parlamentar de Saúde, e Pedro Rodrigues, na comissão de Trabalho e Segurança Social.

Para a Saúde, é indicado como coordenador Maló de Abreu, que até agora coordenava a comissão de Negócios Estrangeiros. Estas funções passam para Nuno Carvalho. Helga Correia é indicada para a Segurança Social.

Os secretários da direção serão António Ventura e Hugo Carneiro, que acumula com o cargo de secretário-geral adjunto do Partido Social Democrata.

c/ Lusa
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