O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dá esta sexta-feira posse aos novos secretários de Estado do Governo socialista, numa cerimónia em que estará presente o primeiro-ministro. António Costa esteve nos últimos dias sem agenda, a contas com problemas de saúde.
António Mendonça Mendes troca, desta forma, as funções de secretário de Estado dos Assuntos Fiscais pelas de secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro - lugar em aberto desde a demissão de Miguel Alves -, sendo substituído por Nuno Felix.A cerimónia de tomada de posse dos novos secretários de Estado está marcada para as 12h00 no Palácio de Belém.
Pedro Cilínio é empossado como secretário de Estado da Economia, em substituição de João Neves, e Nuno Fazenda como secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, lugar até agora assegurado por Rita Marques.
João Nuno Mendes assume o cargo de secretário de Estado das Finanças; era até agora secretário de Estado do Tesouro.
Por seu turno, Alexandra Reis rende João Nuno Mendes na Secretaria de Estado do Tesouro.
A equipa do ministro das Finanças, Fernando Medina, passa a contar com quatro secretários de Estado, sendo que Sofia Batalha se mantém como secretária de Estado do Orçamento.
"Um Governo de trapalhadas"
Na noite da passada quarta-feira, durante um jantar com militantes do PSD em Monção, Luís Montenegro insistiu nas críticas ao processo de remodelação de secretarias de Estado - em particular o afastamento dos secretários de Estado da Economia e do Turismo, Comércio e Serviços -, afirmando mesmo que o Governo "é trapalhão".Na terça-feira, o Chega veio sustentar que esta remodelação deixa patente que o Governo está em "acelerado processo de desagregação", criticando a escolha de Mendonça Mendes para adjunto de Costa, por ser irmão da ministra dos Assuntos Parlamentares.
"Isto é um Governo trapalhão e é um Governo de trapalhadas, que não está a inspirar confiança", clamou o líder dos social-democratas.
Montenegro recordou que "havia um primeiro-ministro que, por acaso, é o que está hoje em funções, que há uns anos dizia, quando o acusavam de ter feito uma geringonça, que era uma geringonça, mas funcionava".Também o PAN expressou "preocupação" com a remodelação, instando à "transparência" quanto aos "motivos da demissão" dos secretários de Estado da Economia e do Turismo, Comércio e Serviços.
"Agora é maioria mas reina a anarquia. É maioria mas os ministros dizem, uns, uma coisa, outros, outra coisa. É maioria, mas o primeiro-ministro é desautorizado por membros do Governo. É maioria e são substituídos secretários de Estado que criticaram o ministro. O primeiro-ministro dizia o contrário do que dizia o ministro, o Governo decidiu, exatamente o que os secretários de Estado diziam e afinal de contas quem sai são os secretários de Estado e o ministro continua. Isto é uma confusão que ninguém percebe", acentuou.
c/ Lusa