Autarcas eleitos pelo PS impedidos de falar em nome do partido na Assembleia de Castelo Branco

por Lusa

O presidente da Assembleia Municipal de Castelo Branco impediu hoje nove presidentes de Junta de Freguesia e uma deputada municipal de se inscreverem e usarem a palavra pelo grupo parlamentar do PS, uma vez que estes se desvincularam do partido.

"Estamos a falar de elementos da Assembleia Municipal que já não pertencem ao Partido Socialista (PS) por sua própria vontade. Foi uma decisão individual. Eu limitei-me a cumprir o regimento", afirmou à agência Lusa Arnaldo Braz.

Os nove presidentes de Junta de Freguesia e uma deputada municipal que tinham sido eleitos pelo PS desfiliaram-se do partido.

Todos acusaram o presidente da Assembleia Municipal de Castelo Branco de os impedir de se inscreverem e de "usarem da palavra pelo grupo parlamentar do PS, com o argumento de que os mesmos se tinham desvinculado do PS".

"Como tal, não podiam usar da palavra pelo grupo parlamentar do PS, pelo que apenas teriam a palavra pelo tempo de dois minutos, tempo supostamente atribuído pelo regulamento aos independentes", referiram os autarcas em causa, numa nota de imprensa entregue aos jornalistas, que é também assinada pelo presidente da Junta de Freguesia de Tinalhas, José Carlos Dé, que foi eleito numa lista independente.

Arnaldo Braz sublinhou que não retirou nem impediu ninguém de falar: "Apenas os impedi de usarem o tempo do grupo parlamentar do PS ao qual já não pertencem".

Já os autarcas e a deputada municipal manifestaram o seu "total repúdio e indignação" pelo ato que consideram "limitador da democracia, pelo facto de ficarem impedidos de representarem as suas freguesias, até porque alguns deles sempre foram independentes".

"No mínimo, tinha que ter sido feita uma reunião anterior de preparação para reformular os tempos de intervenção", sustentaram.

Consideraram também que não devia ter sido o presidente da Assembleia Municipal, "o qual deve adotar uma postura de imparcialidade perante quem o elegeu, a limitar a democracia".

Acusaram ainda o presidente da Assembleia Municipal de "confundir os papéis de presidente da Concelhia do PS e de líder de grupo parlamentar do PS".

Os presidentes de Junta afirmaram que se tratou de "uma situação premeditada", uma vez que na última assembleia municipal "alguns já se tinham desvinculado do PS e tiveram direito a fazer a sua intervenção inserida no grupo parlamentar do PS".

Os presidentes de Junta em causa são Luís Andrade (Santo André das Tojeiras), Mário Rosa (Alcains), Pedro João Serra (Louriçal do Campo), Miguel Vaz (União de Freguesias Cebolais e Retaxo), António Sanches (Lardosa), Carlos Barreto (Benquerenças), João Paulo Martinho (União de Freguesias Póvoa de Rio de Moinhos e Cafede), Hugo Dias (Salgueiro do Campo), António Marcelino (União de Freguesias Ninho do Açor e Sobral do Campo), que haviam sido eleitos pelo PS, tal como a deputada municipal Maria do Carmo.

Para estes elementos da Assembleia Municipal de Castelo Branco, a posição assumida por Arnaldo Braz é "um ato de prepotência e desrespeito para com os eleitos em causa e para com os albicastrenses que os elegeram".

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