O deputado democrata cristão Filipe Lobo D'Ávila proferiu no parlamento um discurso sublinhando que a iniciativa de fazer aprovar um referendo sobre a coadoção é apenas do PSD e a disciplina de voto pedida aos deputados diz respeito apenas à bancada social-democrata. O CDS, afirmou, não a inviabiliza, mas não assume responsabilidades por ela, pelo que ficou sobre a mesa uma abstenção do partido.
Várias intervenções da oposição colocaram também a maioria sob fogo cerrado. Falaram Heloísa Apolónia pelos Verdes, Pedro Delgado Alves pelo PS, Cecília Honório pelo BE, António Filipe pelo PCP.
Delgado Alves sublinhou, nomeadamente, a violação dos acordos entre os grupos parlamentares sobre o procedimento a adoptar, Heloísa Apolónia acusou o PSD de brincar com a vida das crianças, António Filipe referiu-se à "chicana política" com que o PSD visa amesquinhar o parlamento e uma deliberação parlamentar, Cecília Honório interpelou directamente a JSD, de quem tinha partido a iniciativa de propor o referendo, estranhando que venha precisamente de uma "Jota" a forma mais extrema de preconceito homofóbico.
Em resposta, o líder da JSD, Hugo Soares, justificou a iniciativa com a necessidade de fazer sair das quatro paredes do parlamentoo debate sobre a adoção e coadoção por casais do mesmo sexo. Da bancada social-democrata surgiu também o argumento de que os defensores da despenalização do aborto defenderam em tempos o referendo para fazer revogar uma decisão que lhes era desfavorável.