Centeno no FMI? "É uma hipótese", diz o PM

por RTP
Imagem de arquivo Reuters

António Costa não coloca de parte a possibilidade de Mário Centeno liderar o Fundo Monetário Internacional. Esta manhã, em entrevista à Rádio Observador, o primeiro-ministro afirmou que tal não é "um objetivo" acrescentando no entanto que se trata de "uma hipótese que não podemos deixar de considerar".

O nome do ministro português das Finanças tem sido falado, nos últimos dias, para liderar o FMI. Centeno é uma das quatro personalildades apontadas para substituir Christine Lagarde como diretor-geral.
Pedro Valador - RTP

Questionado esta manhã sobre esse cenário, em entrevista na Rádio Observador, o primeiro-ministro afirmou que não se trata de um "objetivo fixado" mas que a hipótese não pode ser colocada de parte.

"Os objetivos que temos neste quadro situam-se no âmbito da União Europeia. A hipótese que está em cima da mesa relativamente ao FMI é uma hipótese que obviamente não podemos deixar de considerar, mas não era um objetivo que tivesse - e também sei que não era um objetivo de vida pessoal. Obviamente, estando em cima da mesa, vamos ver", disse.
Magda Rocha - RTP

António Costa admitiu ainda que Centeno pode contar com o apoio do Governo "para cargos internacionais".

"Certamente não ficaremos sem ministro das Finanças", disse António Costa.

O primeiro-ministro recusou-se depois a fazer "juízos de probabilidade" sobre a possibilidade de o ministro das Finanças suceder a Lagarde como diretor-geral do FMI e diferenciou esta questão das candidaturas de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas e da próprio Centeno ao lugar de presidente do Eurogrupo - estas, sim, "objetivos do país" no plano diplomático.

Já em relação à hipótese de Mário Centeno ocupar uma pasta na futura equipa da Comissão Europeia na área da gestão do euro, António Costa referiu que já teve uma conversa com a nova presidente, a germânica Ursula Von der Leyen, tendo então ficado acordado que "cada país apresentaria sempre dois nomes, um de cada género.

"Da nossa parte, foi dito (a Ursula Von der Leyen) quais as nossas preferências em matéria de responsabilidades na Comissão Europeia e que os nomes que apresentaríamos seria em função dos pelouros", esclareceu, adiantando que, para Portugal, "era importante ter alguém a assumir uma função na área dos fundos europeus ou do orçamento".

"Se o professor Mário Centeno continuar como ministro das Finanças e presidente do Eurogrupo, fará pouco sentido duplicar na Comissão Europeia a mesma área e seria mais interessante ficarmos numa área distinta. Mas, caso se concretize a hipótese de passar a ser diretor-geral do FMI, aí Portugal deixa de ter uma presença na reforma da zona euro, que é para nós absolutamente capital", alegou.

Neste ponto, o primeiro-ministro aproveitou então para referir que há quem entenda que Portugal deveria ter "uma presença forte na área da agricultura" e que há pelouros importantes como os da transição para a sociedade digital ou o do desafio das alterações climáticas.

Questionado se está já afastada a possibilidade de o ex-ministro e atual eurodeputado socialista Pedro Marques ser comissário europeu, António Costa rejeitou, contrapondo que se trata de "um excelente nome".

"Para algumas das funções, é mesmo a melhor pessoa para as poder desempenhar", respondeu, numa alusão à pasta da gestão dos fundos europeus.

C/ Lusa
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