Conselho de Redação do Público convoca plenário para segunda-feira

por Lusa

Lisboa, 26 mai (Lusa) - O Conselho de Redação do Público convocou para segunda-feira um plenário da redação sobre o processo que envolve o ministro dos Assuntos Parlamentares e o jornal, segundo uma nota interna a que a Lusa teve hoje acesso.

A 18 de maio, o Conselho de Redação (CR) divulgou, numa nota interna, que Miguel Relvas tinha ameaçado queixar-se ao regulador do setor, promover um `blackout` de todos os ministros ao jornal Público e divulgar, na Internet, dados da vida privada de uma jornalista, se fosse publicada uma notícia sobre o caso das secretas.

Na sequência disto, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) está a analisar o caso, tendo já ouvido a jornalista envolvida, Maria José Oliveira, a 23 de maio, e o ministro Miguel Relvas, a diretora, Bárbara Reis, a editora de Política, Leonete Botelho, e o CR, a 24 de maio.

Após a audição, o ministro, que tem a tutela da Comunicação Social, reiterou que não exerceu pressão sobre a jornalista do Público, enquanto Bárbara Reis disse que mantinha a posição da existência de uma "pressão inaceitável".

No dia seguinte às audições, a direção do jornal fez um esclarecimento sobre o caso, adiantando que uma das alegadas ameaças de Miguel Relvas era divulgar que a jornalista "vivia com um homem de um partido da oposição".

Em nota interna, enviada na sexta-feira à noite à redação, o CR criticou a Direção Editorial (DE) do Público pela divulgação desta informação sem ter consultado a jornalista e adiantou que o conteúdo da ameaça "é falsa".

Também a direção do jornal emitiu hoje uma nota de esclarecimento a explicar que "a frase do ministro é falsa".

Na nota, o CR disse que "só pode manifestar o seu absoluto repúdio por esta opção da DE, que constitui um abuso evidente, e que retira à DE qualquer credibilidade para continuar a afirmar que considera a ameaça de Relvas inaceitável" e defendeu um pedido de desculpas público à jornalista por parte da direção.

Apesar de ter tentado "reatar o diálogo" com a direção, o CR adiantou que tal não foi possível porque Bárbara Reis "respondeu ao primeiro apelo com uma inequívoca recusa".

Por isso, "reservámos a resposta do CR às acusações da DE [que apontou a alegada "manipulação intolerável de factos"] e o juízo que fazemos de todo este processo para um plenário da redação, que aqui convocamos para a próxima segunda-feira", conclui a nota.

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