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Costa fecha porta a "ilusão" de "tudo para todos já"

por RTP
“A ilusão de que é possível tudo para todos, já não existe isso”, afirmou o primeiro-ministro a partir da Tunísia Manuel de Almeida - Lusa

O primeiro-ministro voltou esta terça-feira à carga com a ideia de que “é impossível refazer a história” com a recuperação de carreiras no Estado. Em Tunes, após o Fórum Luso-Tunisino, António Costa acrescentou que “já não existe” a “ilusão de que é possível tudo para todos”.

Questionado sobre as reivindicações crescentes de diferentes sectores públicos, tendo em vista a contabilização dos anos de congelamento das carreiras profissionais, o chefe do Executivo voltou a ser taxativo: “A ilusão de que é possível tudo para todos, já não existe isso”.
“O défice para 2018 está fechado”, assegurou o primeiro-ministro, quando questionado sobre um eventual agravamento da derrapagem orçamental, acima dos estimados 1,1 por cento do PIB.

“Temos de negociar com bom senso, com responsabilidade, procurando responder às ansiedades das pessoas, mas com um princípio fundamental: Portugal não pode sacrificar tudo o que conseguiu do ponto de vista da estabilidade financeira, porque isso, no futuro, colocaria em causa o que foi até agora conquistado”, argumentou Costa.

Ainda segundo o primeiro-ministro, é “princípio fundamental” do Programa do Governo a política de “consolidação das finanças públicas, eliminação do défice e redução da dívida para desonerar a economias e as finanças públicas portuguesas”.

“Todos estes objetivos devem ser cumpridos para aumentar a capacidade de o país investir onde é necessário. Se queremos investir mais na qualidade da educação, na qualidade do sistema de saúde e nos serviços públicos não podemos consumir todos os recursos disponíveis com quem trabalha no Estado”, insistiu.

António Costa fez questão de reivindicar para o Governo socialista, uma vez mais, “o maior crescimento económico desde o princípio do século, o menor défice desde o início da democracia, uma redução muito significativa da taxa de desemprego, com melhorias em simultâneo das condições de vida e um nível de confiança recorde”.

“Temos de manter essa linha. É preciso responsabilidade para que haja irreversibilidade nos passos dados por este Governo”, disse.
“É impossível refazer a história”

Na mesma linha, o primeiro-ministro afirmara pouco antes estar aberto ao diálogo, para advertir que “é impossível refazer a história” em matéria de recuperação das carreiras, considerando necessário “separar os temas que devem ser separados”.

“Um é o tema que está neste momento em discussão, que corresponde ao nosso compromisso, que está no Programa do Governo e que consta do Orçamento do Estado para 2018, ou seja, repor o cronómetro das carreiras a contar depois de ter estado parado”, reiterou Costa.

Outro tema, prosseguiu, é a reivindicação, por parte de determinados sectores, desde logo os sindicatos de professores, de “uma nova discussão, que não tem a ver com o descongelamento, mas sim com a recuperação das carreiras”.

“Mas essa é uma matéria que não consta do programa do Governo, em relação ao qual não há qualquer compromisso e que impõe uma pressão muito grande sobre as capacidades e os recursos do país”, vincou.

“Estamos disponíveis para falar com todos, mas é preciso que todos tenham a noção de que é impossível refazer a história. Portanto, vamos falar, vamos seguramente ter em conta na medida das capacidades do país aquilo que são as preocupações das pessoas, mas tem de haver a compreensão de que é possível repor o relógio a andar para a frente, só que não é possível repor o relógio a andar para trás”, insistiu.

c/ Lusa
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