Daniel Adrião insiste no adiamento do Congresso do PS e sugere outubro

por Lusa

O dirigente socialista Daniel Adrião insistiu hoje no adiamento do Congresso do PS, marcado para 28 e 29 de agosto, alegando que o mais recente plano de desconfinamento possibilita a realização da reunião em outubro "em condições normais".

Em declarações à Lusa, Daniel Adrião disse ter recebido uma resposta do presidente do PS, Carlos César, sobre a data do congresso, informando que se mantém para 28 e 29 de agosto.

Para o dirigente socialista, esta data não permite que a reunião magna dos socialistas se realize nas melhores condições já que face à atual situação pandémica, o mais recente plano de desconfinamento, "prudente e faseado", mantém "a grande maioria das restrições anteriormente impostas, particularmente para recintos fechados" e estendo-se, na sua 1ª fase, até setembro.

Se fosse realizado em outubro, a reunião magna já poderia ocorrer em "condições normais", alega Daniel Adrião.

"Infelizmente, as previsões dos especialistas não só se confirmaram, como foram até superadas nos vários parâmetros de medição da evolução pandémica", escreveu o dirigente, numa carta que dirigiu ao presidente do PS.

"Tendo em conta todos estes factos, a que acrescem as especiais responsabilidades do Partido Socialista, como partido do Governo, de se constituir como exemplo no cumprimento escrupuloso das obrigações que são exigidas aos portugueses, venho questionar o camarada presidente do partido, se é sua intenção manter a realização do Congresso Nacional nas datas previstas ou se considera que em nome do bom-senso e do sentido de Estado, este deverá ser reagendado para data oportuna, e realizado logo que se verifiquem as condições de normalidade que a reunião magna dos socialistas exige, desejavelmente na vigência da 3ª fase do novo plano de desconfinamento, que terá início em outubro", questionou.

Na resposta, datada de 03 de agosto, Carlos César lembra que no início de julho, a Comissão Nacional aprovou a remarcação do congresso para agosto, tendo sido delegada "no presidente do partido a competência para, ouvida a COC e em articulação com o Secretário-geral e a Comissão Permanente, e tendo como limite o final do ano de 2021, poder, se a situação pandémica o justificar, proceder à determinação de data mais adequada...".

"Na sequência da carta que me enviaste, reunindo a informação adequada e verificando `se estariam reunidas as condições necessárias para a realização do Congresso`, não encontro razões referenciadas na situação pandémica, bem pelo contrário, para adiar a data que está prevista para a reunião", escreve Carlos César.

Daniel Adrião lamenta a posição do presidente do PS, alegando que "se se fizesse o congresso em outubro" este podia ser realizado "nos moldes tradicionais, normais", sem estar dividido por locais distintos do país.

A 03 de julho, a Comissão Nacional do PS aprovou, com 86% de votos favoráveis, a remarcação do 23º Congresso Nacional do partido para 28 e 29 de agosto, anunciou então o presidente do partido, Carlos César.

O Congresso do PS, que terá cerca de 1500 delegados, entre eleitos e inerências, vai realizar-se em 14 locais distintos do país por razões de prevenção da covid-19.

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