Após ter repetido, em Belém, que o seu PSD estará “completamente” aberto a “conversar com outros partidos”, Rui Rio bate esta terça-feira à porta do primeiro-ministro, em São Bento, para o segundo contacto formal com um órgão de soberania - menos de 48 horas depois do cair do pano sobre o 37.º Congresso laranja. Na véspera, António Costa deixou uma pista sobre o que deverá ser o teor da conversa, ao considerar “positivo para o país” que o novo número um da oposição manifeste uma “nova disponibilidade”.
Na segunda-feira, o primeiro-ministro considerava “obviamente positivo para o país que haja, hoje, uma nova disponibilidade por parte do maior partido da oposição para negociar”. A nova Comissão Política Nacional do PSD reúne-se pela primeira vez esta terça-feira. O órgão integra, como vice-presidentes, David Justino, Elina Fraga, Isabel Meirelles, Manuel Castro Almeida, Nuno Morais Sarmento e Salvador Malheiro.
Costa deu mesmo como exemplos de áreas passíveis de discussão as políticas de investimento público, a descentralização ou a aplicação de verbas dos quadros comunitários de apoio até 2030.
O que o chefe do Executivo quis, todavia, pôr de parte no imediato foi qualquer processo de reforma da Segurança Social – tema marcante no discurso com o qual Rui Rio culminou o Congresso do PSD – que passe por uma política de cortes.
Por outro lado, António Costa tratou de deixar vincado que a fórmula governativa vigente, ou seja, o Governo minoritário suportado pela esquerda parlamentar, está estabelecida.
A sequência de reuniões de Estado que o sucessor de Passos Coelho pretende levar a cabo abrange outras lideranças partidárias, desde logo Assunção Cristas, presidente do CDS-PP.
"Disponíveis para conversar"
À saída do encontro com o Presidente da República, que se realizou ao início da tarde de segunda-feira, Rui Rio martelou a tecla de um diálogo interpartidário alargado.
“Essa será a principal mensagem que aqui deixámos. Estamos completamente disponíveis para conversar com os outros partidos no sentido de que Portugal consiga fazer reformas que, de outra forma, não é possível fazer”, insistiu.
No primeiro dia de trabalho como presidente do PSD, Rio concedeu uma entrevista exclusiva à RTP, durante a qual manifestou a expectativa de poder exercer uma liderança longa.
Luísa Bastos, Carlos Pinota, David Freitas, Pedro Pessoa - RTP
O novo líder social-democrata defendeu também que a governação não pode cingir-se à taxa de crescimento da economia.
c/ Lusa