Eduardo Cabrita substitui Urbano de Sousa na Administração Interna

por Carlos Santos Neves - RTP
A tomada de posse está marcada para o próximo sábado no Palácio de Belém Lusa

Está escolhido o sucessor de Constança Urbano de Sousa no Ministério da Administração Interna. Eduardo Cabrita assume a pasta. O cargo de ministro adjunto do primeiro-ministro é agora confiado a Pedro Siza Vieira, um próximo de António Costa.

A tomada de posse está marcada para o próximo sábado no Palácio de Belém, lê-se num comunicado do gabinete do primeiro-ministro.

No portal da Presidência da República pode também ler-se que Marcelo Rebelo de Sousa “aceitou as propostas do primeiro-ministro” para esta remodelação, que acontece na sequência do discurso duro proferido na noite de terça-feira pelo Chefe de Estado, a partir de Oliveira do Hospital.

“O Presidente da República aceitou as propostas do Primeiro-Ministro, de exoneração, a seu pedido, da Ministra da Administração Interna, Prof. Doutora Maria Constança Urbano de Sousa e de nomeação do Dr. Eduardo Arménio do Nascimento Cabrita para o cargo de Ministro da Administração Interna”, indica Belém.

Marcelo “aceitou igualmente a proposta do primeiro-ministro de nomeação” de Pedro Siza Viera para ministro adjunto do primeiro-ministro.A posse dos novos governantes terá lugar às 9h00 de sábado, dia em que o Conselho de Ministros vai analisar as conclusões da Comissão Técnica Independente sobre Pedrógão Grande.

A notícia do pedido de demissão de Constança Urbano de Sousa foi conhecida na manhã desta quarta-feira, horas depois de o Presidente ter reclamado a assunção de responsabilidades do Executivo pelos acontecimentos do último domingo, dia em que uma nova vaga de incêndios fez dezenas de vítimas mortais.

Na carta remetida a António Costa, a ministra demissionária revela que pediu para abandonar o cargo logo após a calamidade de Pedrógão Grande, tendo dado ao primeiro-ministro tempo para se decidir por um substituto.

Urbano de Sousa deu por “esgotadas todas as condições” para se “manter em funções”. “Pelo que apresento agora, formalmente o meu pedido de demissão, que tem de aceitar, até para preservar a minha dignidade pessoal”, escreveu.

Ainda antes do anúncio da sua nomeação para o Ministério da Administração Interna, em declarações recolhidas pela agência Lusa, Eduardo Cabrita afirmava respeitar “profundamente” a decisão de Constança Urbano de Sousa.

“Eu respeito profundamente. Manifesto toda a solidariedade pessoal com a minha colega do Governo e a minha amiga professora Constança Urbano de Sousa e respeito, respeito aquilo que foi a sua opção”, afirmava então aos jornalistas na Guarda, depois de uma reunião com autarcas nos Paços do Concelho.

Os incêndios que deflagraram no passado domingo – já considerado pelas autoridades como o pior dia do ano no que diz respeito a fogos – fizeram pelo menos 42 vítimas mortais e perto de sete dezenas de feridos, segundo o último balanço da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

Em junho, o incêndio de Pedrógão Grande, que alastrou a outros concelhos, causou 64 mortos e mais de 250 feridos. Foi posteriormente registada a morte de uma mulher, atropelada quando procurava escapar às chamas.

c/ Lusa
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