Elina Fraga admite que considerava investigação do MP como "provável"

por RTP
Nuno Fox - Lusa

Elina Fraga afirma que nunca foi ouvida nem prestou qualquer esclarecimento na auditoria às contas da Ordem dos Advogados. Apesar de a ex-bastonária desconhecer qualquer investigação, admitia-a como provável.

“Não deixa de ser extraordinário que tendo decorrido já meses desde que a auditoria foi remetida para a Procuradoria-Geral da República, que no dia imediatamente a seguir à minha tomada de posse como vice-presidente do PSD, isso se torne num facto nacional, com honras de abertura de todos os telejornais”, sublinhou em entrevista ao programa 360 na RTP3.

“Eu sei que há coincidências, mas enfim, é uma coincidência que registo. Tive que chegar a vice-presidente do PSD, para saber que existia um inquérito aberto na sequência da auditoria”, acrescentou.

A ex-bastonária aponta o dedo ao atual e afirma que Guilherme Figueiredo lhe negou “aquilo que é o mais elementar para um advogado, que é o direto ao contraditório”.

Elina Fraga recorda que, durante os três anos em que ocupou o cargo de bastonária da Ordem dos Advogados, por várias vezes falou em fugas do segredo de justiça.

Elina Fraga, que foi uma opositora das políticas de justiça do Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, e foi vaiada no congresso social-democrata, no passado fim-de-semana, depois de se saber que iria ser vice-presidente. A ex-bastonária da Ordem dos Advogados chegou a fazer uma queixa-crime contra o executivo.

A vice-presidente esclareceu o motivo que a levou a apresentar a queixa-crime. “Nós (eu como bastonária e os membros do concelho geral) quando confrontados a aprovação do mapa judiciário, com a extinção de cerca de 200 comarcas (tribunais) que foram desqualificadas. Ficando apenas 23 comarcas e com o encerramento de 47 tribunais. Pensamos em determinadas medidas para combater aquilo que considerávamos um grave atentado contra o Estado de direito e contra o sistema de justiça, que é um pilar do Estado de direito”.
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