Elina Fraga afirma que nunca foi ouvida nem prestou qualquer esclarecimento na auditoria às contas da Ordem dos Advogados. Apesar de a ex-bastonária desconhecer qualquer investigação, admitia-a como provável.
“Eu sei que há coincidências, mas enfim, é uma coincidência que registo. Tive que chegar a vice-presidente do PSD, para saber que existia um inquérito aberto na sequência da auditoria”, acrescentou.
A ex-bastonária aponta o dedo ao atual e afirma que Guilherme Figueiredo lhe negou “aquilo que é o mais elementar para um advogado, que é o direto ao contraditório”.
Elina Fraga recorda que, durante os três anos em que ocupou o cargo de bastonária da Ordem dos Advogados, por várias vezes falou em fugas do segredo de justiça.
Elina Fraga, que foi uma opositora das políticas de justiça do Governo PSD/CDS-PP liderado por Pedro Passos Coelho, e foi vaiada no congresso social-democrata, no passado fim-de-semana, depois de se saber que iria ser vice-presidente. A ex-bastonária da Ordem dos Advogados chegou a fazer uma queixa-crime contra o executivo.
A vice-presidente esclareceu o motivo que a levou a apresentar a queixa-crime. “Nós (eu como bastonária e os membros do concelho geral) quando confrontados a aprovação do mapa judiciário, com a extinção de cerca de 200 comarcas (tribunais) que foram desqualificadas. Ficando apenas 23 comarcas e com o encerramento de 47 tribunais. Pensamos em determinadas medidas para combater aquilo que considerávamos um grave atentado contra o Estado de direito e contra o sistema de justiça, que é um pilar do Estado de direito”.