Política
Eva Cruzeiro lamenta que Aguiar Branco não tenha tomado posição apesar do pedido de inquérito
A deputada socialista saúda o pedido de Aguiar Branco à Comissão da Transparência e Estatuto dos Deputados para a abertura de um inquérito ao deputado do Chega, Filipe Melo.
O deputado é acusado pela socialista de lhe ter gritado palavras racistas e xenófobas durante uma sessão, na Assembleia da República.
Eva Cruzeiro defende, no entanto, que o presidente da Assembleia da República devia ter tomado posição no caso em vez de se limitar a solicitar um inquérito à comissão.
Em declarações à Antena 1, a deputada socialista insiste que o caso é grave e lamenta que Aguiar-Branco não deve ter dúvidas em condenar as palavras do deputado do Chega.
“O procedimento a ter é este era passar para a Comissão da Transparência. Eu Acredito, tendo em conta a gravidade do que aconteceu. Poderia ter havido também um posicionamento público da parte de Aguiar-Branco, visto que aconteceu no Parlamento, visto que ele é o Presidente da Assembleia”, disse a deputado socialista.
Segundo Eva Cruzeiro, “essa sinalização era importante que fosse feito, até porque, pelo que vimos na internet, muitas foram as pessoas que depois vieram falar sobre, de facto, o facto de essa polarização estar a afetar a vida de milhares de pessoas racializadas em Portugal. Eu acho que podia haver este posicionamento dizer que isto não é aceitável e que condena o que aconteceu. Ainda não o fiz. Talvez eu venha a fazer, eu não sei, mas acho que sim. Esta posição política também seria muito importante da parte dele”, concluiu.
Segundo Eva Cruzeiro, “essa sinalização era importante que fosse feito, até porque, pelo que vimos na internet, muitas foram as pessoas que depois vieram falar sobre, de facto, o facto de essa polarização estar a afetar a vida de milhares de pessoas racializadas em Portugal. Eu acho que podia haver este posicionamento dizer que isto não é aceitável e que condena o que aconteceu. Ainda não o fiz. Talvez eu venha a fazer, eu não sei, mas acho que sim. Esta posição política também seria muito importante da parte dele”, concluiu.
Em causa, um incidente ocorrido a 29 de outubro, na Assembleia da República, com o deputado do Chega a proferir palavras consideradas racistas e xenófobas pela deputada do PS que acusa Filipe Melo de lhe ter dirigido a frase "vai para a tua terra".
Ontem, numa resposta a um pedido de Eva Cruzeiro, o presidente da Assembleia da República divulgou um despacho em que pede à Comissão da Transparência um inquérito ao caso, tendo em conta eventuais "irregularidades graves praticadas com violação dos deveres dos deputados, por parte do deputado Filipe Melo".
Eva Cruzeiro diz que o caso não pode ser apenas mais um e que as consequências são para milhares de pessoas em todo o país.
“Nós sabemos que já tivemos várias situações e várias queixas no Parlamento sobre ação de alguns deputados, mas eu acho que este caso é extremamente grave. Nós temos hoje pessoas na Internet a fazer vários ataques racistas. É só ir às minhas redes sociais e ver estas pessoas têm filhos, os filhos destas pessoas, alguns deles nas escolas, estão a fazer a mesma coisa com crianças imigrantes com crianças negras, com crianças de outras etnias, então isto escala para um nível e para um horizonte que eu acho que requer a maior atenção da parte do Presidente da Assembleia da República, da comunicação social e de quem tem o poder de influenciar e de se posicionar publicamente no sentido de condenar este tipo de ação, porque isto afeta milhares de pessoas do nosso país”, referiu a deputada socialista Eva Cruzeiro.