Fernando Negrão justifica redução de vice-presidentes com "coesão necessária" da bancada

por Lusa

Lisboa, 20 fev (Lusa) -- O candidato à liderança parlamentar do PSD, Fernando Negrão, justificou hoje a redução do número de vice-presidentes com a necessidade de "criar a coesão necessária" para que o trabalho da bancada social-democrata vá para lá do parlamento.

Em mensagem eletrónica enviada aos deputados, a que a agência Lusa teve acesso, Fernando Negrão deu conta da lista que propõe para a direção da bancada e que será votada na próxima quinta-feira e na qual reduziu de 12 para sete o número de vice-presidentes.

"Nela, procurou-se criar uma equipa não muito alargada de modo a permitir, com maior facilidade, criar a coesão necessária para produzir um trabalho que vá para além do espaço do parlamento e chegue ao maior número possível dos nossos compatriotas", justificou.

Para o candidato único à sucessão de Hugo Soares, a lista que entregou pretende "juntar o conhecimento, a capacidade de trabalho, as qualidades de caráter e a sensibilidade política" com vista a uma estratégia política que torne "a vida dos portugueses mais sustentável, com mais qualidade e com real justiça social".

"Nela, por fim, pretendeu-se que constitua um sinal de vontade de envolvimento de todos os colegas, sem exceção, pois todos têm as qualidades necessárias para integrar a direção", referiu, apelando para que todos os deputados estejam unidos e convictos "de que o país necessita de facto de ser bem melhor governado" e que o grupo parlamentar "é decisivo para esse efeito".

Da anterior direção de bancada transitam Adão Silva, que será o primeiro vice-presidente, António Leitão Amaro - ambos apoiantes de Rio nas diretas - e Margarida Mano, que não tomou posição na campanha interna.

Negrão escolheu ainda como novos `vices` os deputados Emídio Guerreiro (eleito por Braga), Carlos Peixoto (Guarda) e Rubina Berardo (Madeira), que estiveram ao lado de Rio contra Santana Lopes, e António Costa Silva (Évora), que não tomou posição na campanha interna.

O candidato único à direção da bancada é, assim, o único elemento da direção da bancada que apoiou Pedro Santana Lopes na campanha interna.

Para secretários da direção, Negrão propôs a deputada Clara Marques Mendes, que já ocupava este cargo, bem como os deputados Bruno Coimbra e Manuela Tender.

Hugo Soares tinha doze vice-presidentes: José Cesário e Margarida Mano eram as novidades em relação à anterior direção parlamentar de Luís Montenegro, da qual transitaram dez `vices` António Leitão Amaro, Carlos Abreu Amorim, Miguel Santos, Adão Silva, Amadeu Albergaria, Luís Leite Ramos, Sérgio Azevedo, Berta Cabral, Nuno Serra e Miguel Morgado.

Hugo Soares foi eleito em 19 de julho do ano passado, para um mandato de dois anos, com 85,4% de votos, correspondentes a 76 votos favoráveis, 12 votos brancos e um nulo, sucedendo no cargo a Luís Montenegro, que atingiu o limite de três mandatos consecutivos.

O deputado e ex-ministro Fernando Negrão anunciou na quinta-feira passada aos deputados que é candidato à liderança parlamentar do PSD, um dia depois do atual líder parlamentar, Hugo Soares, ter convocado eleições antecipadas para o cargo depois do presidente do partido, Rui Rio, lhe ter comunicado que gostaria de trabalhar com outra direção da bancada.

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