Debate. Fundos de coesão dividem candidatos às europeias

por Mário Aleixo, Carlos Santos Neves - RTP
Os fundos coesão para Portugal estiveram em debate na RTP pelos principais candidatos às eleições europeias Miguel A. Lopes - Lusa

Na noite de segunda-feira, realizou-se na RTP o debate com os cabeças de lista de PS, PSD, CDS-PP, CDU e BE para as eleições europeias. Dos vários temas em discussão, os cortes nos fundos de coesão geraram maior controvérsia.

Uma proposta que ainda não está fechada prevê um corte de sete por cento nos fundos de coesão a que Portugal tem direito. Medida que, para Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, não pode avançar.

O mesmo disse João Ferreira, da CDU, que apelou ao veto do Governo.

Da direita surgiram muitas críticas ao Partido Socialista.

Nuno Melo, cabeça de lista do CDS-PP, criticou o partido de António Costa por ter defendido a proposta de corte desde o início.

Por sua vez, Paulo Rangel, número um da lista social-democrata, acusou Pedro Marques, candidato pelo PS, de enganar os eleitores durante meses.

Pedro Marques reagiu e acusou Paulo Rangel de hipocrisia política.
Sondagem, salários e ambiente
No debate da última noite, moderado por Maria Flor Pedroso, a sondagem divulgada pela RTP foi tema incontornável, com os partidos a desvalorizarem os números.


O que conta, defenderam genericamente os candidatos, é o que vai acontecer no dia 26, quando os eleitores forem às urnas.

Os cabeças de lista pelas forças partidárias representadas no Parlamento Europeu abordaram também como prioridades as questões sociais, designadamente em matéria salarial, e ambientais, com o mar em destaque.

João Ferreira ressalvou ter “múltiplas batalhas para travar”, desde logo contra políticas de “baixos salários”. O candidato comunista afirmou mesmo que a União Europeia se encontra “perante a perspetiva de nivelar por baixo as condições de vida e de trabalho”.No passado domingo, perto de 15 mil pessoas votaram antecipadamente nestas eleições para o Parlamento Europeu - uma novidade do processo.

Nuno Melo insistiu na tecla da “boa execução de fundos comunitários” e da Política Agrícola Comum, por via da “correção da disparidade entre Portugal e os outros países”.

O candidato do partido de Assunção Cristas recordou ainda que o país dispõe de “um mar imenso”. “A limpeza dos mares vai a benefício do mundo, vai a benefício do planeta”, sustentou, para defender “fundos direcionados, no novo quadro, para limpeza de praias, limpeza de mar”.

A bloquista Marisa Matias comprometeu-se, por seu turno, a dedicar-se, num novo mandato, à “defesa das pessoas e dos seus problemas concretos”. Designou depois “três eixos fundamentais”: “A defesa dos serviços públicos”, a “questão do emprego”, acusando os diretórios europeus de não permitirem que o país tire “a troika do código laboral”.

O cabeça de lista socialista, Pedro Marques, prometeu pugnar por alterações ao orçamento da União Europeia, envidando “todos os esforços para melhorar a proposta que foi apresentada”.

O ex-ministro elencou igualmente como tarefa prioritária a reforma da Zona Euro, antes de apontar o foco à “igualdade salarial na perspetiva de género”.

O social-democrata Paulo Rangel, sublinhou, por último, ter “várias prioridades” para o mandato de cinco anos em jogo nas eleições de domingo. Entre as quais, “acompanhar o problema do quadro financeiro plurianual” e defender os “direitos sociais, mas de forma realista”, sem “um contrato romântico e utópico”.

Paulo Rangel fez notar que o seu manifesto eleitoral inclui um “programa europeu de luta contra o cancro”, com “investimento maciço”, e “uma estratégia comum de natalidade”.
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