Hugo Soares rende Montenegro e promete "oposição de combate"

por Carlos Santos Neves - RTP
“Este grupo parlamentar continuará a apresentar um projeto alternativo ao país”, prometeu o novo líder da bancada do PSD Nuno Fox - Lusa

Eleito esta quarta-feira com 85,4 por cento dos votos, o sucessor de Luís Montenegro na liderança da bancada parlamentar do PSD prometeu “continuar a denunciar um primeiro-ministro que foi uma ilusão”. Será, nas palavras de Hugo Soares, “uma oposição de combate” mas também “construtiva”.

Setenta e seis votos a favor, 12 votos brancos e um nulo entre os 89 deputados que expressaram a sua vontade na eleição da liderança do grupo parlamentar laranja. Foi este o score obtido por Hugo Soares, candidato único, na passagem de testemunho de Luís Montenegro.

Numa breve declaração aos jornalistas, sem direito a perguntas, o novo presidente da bancada do PSD começou por agradecer o que disse ser a “clara confiança” dos deputados, “que reafirmaram a união e coesão do grupo parlamentar”.Em 2011, Luís Montenegro foi eleito líder parlamentar com 86 por cento dos votos. Foi reeleito em 2013 com 87 por cento e em 2015 com perto de 98 por cento dos sufrágios.


“Este grupo parlamentar continuará a apresentar um projeto alternativo ao país e vamos continuar a denunciar aquilo que é um primeiro-ministro que foi uma ilusão e é hoje um chefe de governo de desilusão”, perspetivou Hugo Soares.

Com a nova liderança, continuou o sucessor de Luís Montenegro, o grupo parlamentar social-democrata exercerá “uma oposição de combate, mas sobretudo uma oposição construtiva, demonstrando mais uma vez ao país que há alternativas para construir um país bem melhor”.

Serão 12 os vice-presidentes da bancada do PSD: José Cesário e Margarida Mano – os novos nomes face à anterior direção – e António Leitão Amaro, Carlos Abreu Amorim, Miguel Santos, Adão Silva, Amadeu Albergaria, Luís Leite Ramos, Sérgio Azevedo, Berta Cabral, Nuno Serra e Miguel Morgado.
Antigo líder da JSD

Hugo Soares chega aos 34 anos à liderança da bancada do PSD. Antigo número um da JSD, foi eleito deputado por Braga, pela primeira vez, em 2011.

O seu nome ganhou destaque em 2013, quando era ainda líder da juventude partidária, ao aparecer como primeiro subscritor de uma proposta de referendo sobre coadoção e adoção de crianças por casais do mesmo sexo: iniciativa aprovada com os votos do PSD e a abstenção do CDS-PP e posteriormente chumbada pelo Tribunal Constitucional.

Durante a última legislatura foi o coordenador do PSD na Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos e à Gestão do Banco. Neste papel, esgrimiu argumentos com Ferro Rodrigues, acusando mesmo o presidente da Assembleia da República de pôr em causa “o regular funcionamento” deste órgão por recusar alargar o objeto do inquérito.

c/ Lusa
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