Jerónimo de Sousa diz que SNS tem estado "debaixo de fogo" e culpa o Governo

por RTP

Foto: Paulo Novais - Lusa

O PCP diz-se preocupado com o Serviço Nacional de Saúde. Jerónimo de Sousa afirmou que o SNS está sob fogo cerrado e anunciou que vai apresentar propostas para resolver o problema.

"Vocês veem na televisão, não há dia nenhum em que não apareça uma desgraça, um desleixo, uma falta - de material, de equipamentos, de profissionais -, tudo a pensar em atingir o coração do Serviço Nacional de Saúde", afirmou o líder do PCP.

Para Jerónimo de Sousa, "este é um grande debate que está colocado - o de saber se o direito à saúde é um direito dos portugueses" ou se vinga "a tese de que a doença é a alma do negócio".

Sublinhando que o PCP tem propostas pelas quais se vai bater também nesta área, o líder comunista advertiu que "basta o Governo não fazer nada" para o SNS ser destruído.

Reafirmando que o PCP só decidirá o seu sentido de voto no Orçamento do Estado para 2020 perante "o documento concreto", o líder comunista advertiu que o Governo apenas poderá contar com o voto comunista no parlamento se tiver como primeira prioridade a resolução de problemas nacionais e não a preocupação das "contas certas de Bruxelas".

Jerónimo de Sousa fez um "balanço da história recente" do partido, passado num "quadro de exigências muito grandes", para afirmar que, apesar de o resultado obtido nas legislativas de outubro não ter correspondido às expectativas, o partido "esteve à altura" para derrotar as "forças reacionárias" e para "deitar por terra" os "vaticínios" dos que, com rancor e ódio, chegaram a afirmar que iria desaparecer.

"Estes cangalheiros fazem os vaticínios permanentemente errados. Andam há décadas nisto, a anunciar a morte. Nunca encontram é o morto para poderem celebrar", afirmou.

Jerónimo de Sousa valorizou o que foi alcançado nos últimos quatro anos, com a reposição de direitos que "muitos consideravam perdidos", considerando, contudo, que estão ainda por resolver "problemas centrais da sociedade", que exigem uma definição sobre se o rumo é o de "novas conquistas" ou do retrocesso.

"Não conseguimos os nossos objetivos eleitorais, é verdade. No entanto, por opção nossa, não vamos, passo o termo, amarrar ou burro ou zangar-nos com o povo. Não, camaradas. É com este povo que lutamos", disse, salientando que, "mesmo percebendo da incompreensão em relação à importância do reforço da CDU", os portugueses "podem continuar a contar com esta força".

c/ Lusa
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