Juncker vê Europa de “Espanha à Bulgária”. E Portugal?

por RTP
Christian Hartmann - Reuters

No discurso do Estado da Nação desta quarta-feira, Jean-Claude Juncker afirmou que a União Europeia se estende de “Vigo a Varna, de Espanha à Bulgária”. O líder europeu não fez qualquer referência a Portugal, gerando polémica nas redes sociais. O comentador de Assuntos Europeus Filipe Vasconcelos Romão desvaloriza o "esquecimento".

O discurso de Jean Claude Juncker ia a meio quando a polémica frase surgiu. O presidente da Comissão Europeu defendeu que a “Europa deve ser uma união de igualdade”, tendo começado por abordar a sempre controversa relação de poderes entre Estados-membros.

“A Europa deve ser uma união de igualdade. Isto significa igualdade entre membros, grandes ou pequenos, de leste ou de oeste, do norte e do sul”, começou por dizer, antes de acrescentar.

“A Europa estende-se de Vigo a Varna, de Espanha à Bulgária. A Europa deve respirar com os seus dois pulmões, com o de leste e com o de oeste”, afirmou. A frase semeou alguma discórdia, uma vez que Jean-Claude Juncker omite Portugal, país onde se encontra o extremo ocidental do continente europeu.

A frase de Jean-Claude Juncker motivou algumas reações nas redes sociais. A eurodeputada Marisa Matias questionou no Twitter: “já assumiu que estamos de fora?”.


Na RTP3, Filipe Vasconcelos Romão desvalorizou a polémica. “É um fait-divers. Vai ser aproveitado nas redes sociais e daqui a 24 horas já ninguém se vai lembrar, como acontece felizmente com tantas outras coisas”, explicou.

O comentador recorda que Jean-Claude Juncker é luxemburguês, país com uma importante comunidade portuguesa. “Foi um esquecimento. Se olharmos para a parte substantiva, temos um presidente da Comissão Europeia que tem demonstrado uma grande proximidade com Portugal. Mais do que o anterior”, afirmou, numa referência a Durão Barroso.

Jean-Claude Juncker marcou esta quarta-feira presença no debate do Estado da União. O presidente da Comissão Europeia apresentou cinco grandes prioridades para os próximos 16 meses de mandato: o reforço do comércio com outros parceiros, o desenvolvimento da indústria europeia, o combate às alterações climáticas, a defesa perante os perigos do mundo digital e os ciberataques e a resposta aos fluxos migratórios.

O chefe do executivo comunitário anunciou ainda aquela que é a sua visão para o futuro da União Europeia. Jean-Claude Juncker defende a criação de um ministro europeu da Economia e Finanças e a adesão ao euro de todos os Estados-membros.
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