Líder do BE diz que 24 anos de poder socialista gerou riqueza mas também pobreza

por Lusa

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse hoje que mais de 20 anos de poder socialista nos Açores gerou uma subida da riqueza mas também pobreza, destacando que "boa parte" das pessoas vive "cada vez pior".

Catarina Martins, em declarações à agência Lusa e à Antena 1 Açores, em Ponta Delgada, onde se encontra em campanha eleitoral, referiu que "mais de 20 anos de maioria absoluta do PS até permitiram que a riqueza da região subisse, mas a pobreza também".

A líder do BE/Açores encontra-se nos Açores no âmbito da campanha eleitoral para as legislativas regionais dos Açores, tendo reunido esta tarde com agentes turísticos em Ponta Delgada, acompanhada pelo líder regional, António Lima.

"Há uma elite que fica com cada vez mais e a generalidade da população não tem acesso à riqueza da própria região. Estamos na região do país com maior índice de pobreza, de abandono escolar precoce. Algo vai muito mal quando a economia até cresce, mas uma boa parte das pessoas vive cada vez pior", afirmou.

Por seu lado, o dirigente açoriano António Lima, que é cabeça de lista pelo círculo eleitoral de São Miguel, referiu-se à recente decisão da Comissão Nacional de Eleições (CNE) a propósito do `email` enviado pela Autoridade Tributária (AT) sobre o processo de voto em mobilidade para as próximas regionais de 25 de outubro.

O `email` foi assinado pelo Governo dos Açores e apresentava a mensagem "O futuro dos Açores está nas suas mãos".

Para o candidato, a CNE "fez o que tinha a fazer, dizendo ao executivo para se abster de interferir no processo eleitoral utilizando meios que não estão previstos na lei, tendo a própria autoridade tributária estado muito mal neste processo".

A posição da CNE, a que a agência Lusa teve hoje acesso, diz respeito a queixas de "mais de duas dezenas de cidadãos" a propósito de um `email` enviado pela AT sobre o processo de voto em mobilidade para as próximas regionais de 25 de outubro, assinado pelo Governo dos Açores e apresentando a mensagem "O futuro dos Açores está nas suas mãos".

António Lima adiantou que esta atitude do Governo Regional "é eticamente reprovável, apesar de a mensagem ser neutra", considerando que "dá-se a entender que há aqui uma tentativa de condicionar o sentido de voto dos eleitores".

"Esperemos que nas urnas as pessoas reconheçam esse erro e penalizem este mesmo erro" , disse, para acrescentar que, durante a pré-campanha eleitoral, o Governo dos Açores "usou e abusou do seu protagonismo enquanto governo para fazer o que já é habitual em termos eleitorais, com inaugurações e anúncios para a próxima legislatura, para beneficio do PS".

As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.

O PS governa a região há 24 anos, tendo sido antecedido pelo PSD, que liderou o executivo regional entre 1976 e 1996.

Vasco Cordeiro, líder do PS/Açores e presidente do Governo Regional desde as legislativas regionais de 2012, após a saída de Carlos César, que esteve 16 anos no poder, apresenta-se de novo a votos para tentar um terceiro e último mandato como chefe do executivo.

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