Líder do PSD congratulou-se com recuo de um sindicato

por Lusa

Bragança, 19 fev (Lusa) -- O presidente do PSD congratulou-se hoje com o recuo de um sindicato relativamente à greve cirúrgica dos enfermeiros e disse concordar que o parecer da Procuradoria-Geral da República possa ser estendido a toda a função pública.

"Já é bom o facto de haver pelo menos um sindicato que recuou na forma de greve e isso é de aplaudir, não recuou nas suas reivindicações e bem", afirmou Rui Rio, que falava à margem de uma visita ao Hospital de Bragança.

Questionado sobre o parecer do Conselho Consultivo da PGR, que considera a primeira "greve cirúrgica" dos enfermeiros como ilícita, o líder do PSD disse não ter ficado surpreendido e que é preciso agora aguardar pela decisão do Supremo Tribunal Administrativo.

"Congratulo-me com o facto de haver pelo menos já um sindicato dos enfermeiros que mandou parar uma greve sobre a qual tenho muitas dúvidas. Nunca simpatizei com uma greve desse género", frisou.

Rui Rio referiu ainda compreender a luta dos enfermeiros, até porque na "raiz têm razão", mas sublinhou que o que está em causa "é o modelo de greve adotado, que é um modelo altamente questionável e que no caso concreto dos profissionais de saúde, afeta muito diretamente as pessoas".

"Sempre tive dúvidas sobre a legalidade da greve, a forma como a greve estava a ser feita, nunca tive dúvidas sobre a justiça relativamente aos enfermeiros, frisou.

O presidente do PSD disse ainda concordar com a homologação do parecer da PGR por parte do Governo e sublinhou que um parecer "daqueles não é para aplicar a um setor". "Ou é para a função pública toda para todos os trabalhadores ou não é para ninguém", sustentou.

O Ministério da Saúde esclareceu hoje que a aplicação de faltas aos enfermeiros em greve será feita caso a caso até ao dia de hoje e que a partir de quarta-feira devem ser atribuídas faltas injustificadas a todos os que adiram à greve.

O esclarecimento do Ministério da Saúde surge na sequência do parecer da PGR que considera a primeira "greve cirúrgica" dos enfermeiros como ilícita, por ter decorrido de um modo diferente do que constava no pré-aviso e devido à forma como foi feita a recolha de fundos para compensar os grevistas.

Depois de conhecer o conteúdo do parecer, que se refere à primeira greve dos enfermeiros nos blocos operatórios, que decorreu entre 22 de novembro e 31 de dezembro, a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) pediu que a greve fosse suspensa de imediato, face às ameaças de marcação de faltas injustificadas a quem adere à paralisação.

Posição diferente teve a outra estrutura sindical que convocou a paralisação - o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor)-, que disse não abdicar do direito à greve e acrescentou que, se os enfermeiros forem notificados para prescindir desse direito, trabalharão sob protesto e vão apresentar uma queixa-crime contra o Governo.

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